12 de março de 2023 - 18h03
Crédito: Lucas Santana
Como era de se esperar , o tema inteligência artificial está espalhado por todo o SXSW. O que nos leva ao primeiro exercício de futurologia: talvez esse seja o último ano que estejamos falando tanto do termo “inteligência artificial” em si.
Da mesma forma que não estamos falando sobre smartphones, redes sociais e computação em nuvem, os avanços na democratização da inteligência artificial, vai fazer com que essa tecnologia seja persuasiva por todos os produtos digitais.
Provavelmente em alguns anos vamos nos perguntar como era começar a escrever um texto sem antes pedir uma mãozinha de uma IA ou gerar várias imagens para as nossas postagens, apostando que ainda estaremos fazendo isso em alguns anos.
As opiniões sobre inteligência artificial generativa vindo de jornalistas, artistas e criadores de conteúdo é que teremos um assistente conosco a cada minuto para nos ajudar a manifestar aquilo que está na nossa cabeça.
Na mesa “Inteligência Artificial nas redações: qual o impacto no jornalismo?”, foi discutido que os jornalistas serão responsáveis por roteirizar histórias e apurar fatos, mas o processo de escrita está sendo muito mais direcionado para editar o que o ChatGPT está escrevendo. O maior desafio é como restabelecer a confiança nos jornais, que já está abalada, quando as notícias forem todas escritas por algoritmos.
Outro ponto importante para monetização dos jornais tem a ver com paywalls, Adsense e custos por clique. Laura Ellis, da BBC, argumentou que chegarão no objetivo super personalização das notícias. Serão capazes de gerar 20 títulos com 20 textos diferentes, com a mensagem definida pelo jornalista, para atrair e reter leitores para seus jornais.
A mesa “Infinito e além: desenhando o futuro” foi direcionada pela Brooke Hopper, Designer Chefe da Adobe para assunto de inteligência artificial. Seguindo a mesma toada, os artistas poderão expressar suas ideias de maneira muito mais rápida e menos custosa. Além de poder treinar algoritmos para ter o seu próprio estilo. Mas o que aconteceria com o valor de uma pintura d’Os Gêmeos se eles pudessem gerar variações infinitas de seu próprio mundo?
O que todos estão se perguntando é: o que acontece com os direitos autorais nesse mundo? Essa é uma discussão que não tem resposta e pouquíssimas jurisprudências. Uma escritora fez todas as artes de sua graphic novel usando o Midjourney, porém perdeu partes dos direitos autorais depois de uma decisão judicial.
Ainda há a crítica de que esses algoritmos ainda são muito enviesados. Sendo mais alarmantes quando falamos de geração e reconhecimento de pessoas, uma vez que funcionam bem apenas para pessoas brancas.