O novo veio de novo

12 de março de 2025 - 11h06

Para mim, as palestras sobre cultura e comportamento, apesar de não serem uma novidade, são as que mais chamam a atenção e geram discussão. Paralelamente à esteira das inovações e tecnologias, cresce a preocupação com o ser humano, suas relações e seu futuro.

Uma das figuras que sempre brilham em Austin é Esther Perel. Psicoterapeuta há 40 anos e especialista em relacionamentos humanos, ela gravou seu podcast ao vivo entrevistando a futurista Amy Webb e o “não-futurista” Frederik Pferdt.

Durante a conversa, surgiram debates e reflexões importantes. Por que as pessoas ficam tão animadas quando o assunto é um futuro sem pessoas? Para que buscar longevidade se somos tão infelizes?

E, como em uma terapia de casal, Esther sugeriu alguns “remédios” para nos ajudar a evoluir. A criatividade é uma válvula de escape para a ansiedade e deveria ser exercitada todos os dias. A verdadeira liberdade está em saber coexistir e tolerar opiniões.

Outro nome que sempre se destaca por aqui é o da cineasta e escritora Cheryl Miller Houser. Ela dirige uma produtora que utiliza empatia para desenvolver histórias centradas no ser humano, visando engajar, inspirar e motivar ações positivas.

O título de sua palestra era “Narrativa Centrada no Ser Humano: Criando Conexão e Cultura”, e ela falou sobre como as marcas podem tocar as pessoas, por meio de histórias autênticas, que mostrem da luta à vitória e que fomentem a imaginação.

E um dos exemplos que ela usou para ilustrar a apresentação me encheu de emoção e orgulho: a campanha “Elis”, para os 70 anos da Volkswagen.

No final das contas, o “novo” nem sempre vem da tecnologia, mas sim da forma como enxergamos e contamos histórias sobre nós mesmos.