Na Grã-Bretanha, empresas devem fazer adaptações para mulheres na menopausa

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Na Grã-Bretanha, empresas devem fazer adaptações para mulheres na menopausa

Comissão de Direitos Humanos e Igualdade da região atribui responsabilidade de proteger funcionárias no climatério aos empregadores


22 de fevereiro de 2024 - 18h00

A partir de agora, no Reino Unido, empregadores poderão ser processados por capacitismo se não fizerem “adaptações razoáveis” para mulheres na menopausa, de acordo com novas orientações emitidas pela Comissão de Direitos Humanos e Igualdade (EHRC, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, em meio à preocupação com a quantidade de mulheres que deixam seus empregos devido aos sintomas desta condição.  

Se os sintomas tiverem impacto substancial e de longo prazo na capacidade da mulher de realizar suas atividades diárias normais, eles podem ser considerados uma deficiência, de acordo com a EHRC. Segundo os termos da “Lei da Igualdade” do Reino Unido, aprovada em 2010, o empregador tem a obrigação legal de fazer adaptações razoáveis e de não discriminar trabalhadores com deficiência. Mulheres em menopausa ficam, agora, enquadradas neste caso.  

A orientação também indica que trabalhadoras com sintomas podem ser protegidas contra tratamentos menos favoráveis relacionados à menopausa com base na idade e no sexo. 

Pesquisas mostram que uma em cada 10 mulheres que trabalharam durante a menopausa deixou seu trabalho devido a sintomas que podem incluir ansiedade, alterações de humor, confusão mental, afrontamentos e períodos irregulares. 

Dois terços das mulheres trabalhadoras com idades entre 40 e 60 anos que apresentavam sintomas relacionados à menopausa disseram que tiveram um impacto negativo em sua vida profissional devido à condição, segundo estudo do Chartered Institute of Personnel and Development. 

“Como vigilante da igualdade na Grã-Bretanha, estamos preocupados com quantas mulheres relatam terem sido forçadas a deixar um cargo devido aos sintomas relacionados à menopausa e com quantas não se sentem seguras o suficiente para pedir mudanças no local de trabalho. Esperamos que esta orientação ajude a garantir que todas as mulheres que passam pela menopausa sejam tratadas de forma justa e possam trabalhar num ambiente seguro e de apoio”, disse a Baronesa Kishwer Falkner, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Igualdade, na ocasião. 

A menopausa é um momento natural do amadurecimento da mulher, e ocorre quando a menstruação cessa devido a uma redução nos níveis hormonais, geralmente entre os 45 e 55 anos. Esse processo, no entanto, não acontece rapidamente, mas ao longo desse período chamado climatério, que dura cerca 10 anos. A condição também pode ocorrer por outros motivos, incluindo genética, cirurgia ou tratamentos de câncer. Em alguns casos, o motivo é desconhecido. 

No Brasil, aproximadamente 29 milhões de mulheres estão no climatério ou na menopausa, o que representa 7,9% da população feminina do país.  

Entre o governo e as empresas brasileiras, os avanços são tímidos, mas há iniciativas que jogam luz sobre o problema. 

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