O ponteiro mexeu

3 de junho de 2025 - 12h02

(Crédito: Shutterstock)

Um ano após a publicação do meu primeiro texto aqui no Women to Watch, volto ao mesmo tema para compartilhar uma nova percepção sobre o assunto.

Na ocasião, comecei o artigo com uma pergunta: onde estão as mulheres no audiovisual? Sempre tive a sensação de que nós ocupamos todos os espaços, porém não somos vistas.

Mas, hoje, vejo avanços e melhorias nesse sentido (não desistam, por favor!).

É como se eu precisasse voltar aqui para renovar as esperanças e dizer a vocês, leitores e leitoras, que sim, há uma mudança em andamento.

É perceptível o quanto as mulheres estão mais em evidência, com suas opiniões e pontos de vistas ganhando territórios.

Falar a respeito de nós no mercado audiovisual brasileiro é, antes de tudo, abrir caminhos, pensar no futuro, reforçar nossa existência em todas as etapas da produção de um filme, seja ele entretenimento, publicidade, branded etc. Estamos atuando em todas as frentes: na direção, na produção, na fotografia, no roteiro, na montagem, no som, na arte, na pós-produção e na comunicação dos projetos.

E em alguns setores, como o comercial, estratégico, administrativo e de liderança, atuamos há muito tempo e nunca existiu muita visibilidade.

Além disso, preciso dizer aqui o quanto temos de presença feminina em funções e atividades que muitas vezes não vemos. Sim, ainda existem setores que lidam com essa invisibilidade, mas que são de fundamental importância.

Afinal, também ocupamos as posições criativas, técnicas e de gestão com competência e sensibilidade, e o impacto é visível. E vem transformando o mercado.

Hoje, ocupamos um espaço que durante décadas pertenceu apenas aos homens. E isso influenciou as narrativas marcadas por olhares diferentes dos nossos. Sim, pensamos de jeitos diferentes. E eu diria que é impossível ignorar a força de nós, mulheres que hoje movimentam esse setor com talento, inovação e visão crítica.

Dividir espaço com mulheres tão brilhantes no dia a dia me faz pensar que somos muitas, diversas e estamos fazendo a diferença.

Somos responsáveis por narrativas mais plurais, mais humanas e conectadas com outras realidades. É avanço cultural, de transformação do olhar coletivo, que até então esteve focado em um único ponto de vista, em um único método de trabalho.

Estamos abrindo caminhos, consolidando espaços, abrindo novos territórios com a participação de todos e todas.

E eu queria dizer que cada conquista de uma mulher no audiovisual é uma vitória nossa.

Uma mulher inspira outras tantas a também ocuparem seus lugares, não como uma exceção, mas como força fundamental.

Nós também ouvimos, sentimos e escrevemos o mundo.

Posso dizer que o ponteiro do relógio mexeu. Avançou.

Vamos adiante!