Por que o microdrama é o formato ideal para o brasileiro?
Se o Brasil já é noveleiro e tem uma capacidade de engajamento única, imagina a combinação entre novela, criador e fã?

Micronovela De Volta ao Jogo, da ReelShort (Crédito: Divulgação)
No último mês, eu já havia falado sobre os microdramas por aqui, mas cada vez mais, o que era uma tendência vem se tornando a menina dos olhos e vem abrindo novas oportunidades para criadores, players de tecnologia, marcas e é mais um ponto de contato com a audiência.
Com histórias pensadas para o consumo mobile, principalmente em formato vertical e de fácil navegação entre os episódios, com gêneros variados, a ideia é gerar viralização e a possibilidade de dar aquela maratonada rápida. Outra grande vantagem são os custos de produção menores e a possibilidade de grande escala de conteúdos, que gera recorrência de acessos. O que é muito importante em tempos de disputa por atenção.
Quando falamos de custos menores, vale alinhar as expectativas de que tudo depende do nível de qualidade do produto em questão e podem variar de acordo com o número de episódios por temporada ou projeto, além da escolha dos atores, diretores e roteiristas.
O faturamento global já ultrapassa US$ 9 bilhões em 2025 e promete dobrar até 2030. E o que começou com força na Ásia chegou há tempos no Brasil, por meio de plataformas sociais como o Kwai e o TikTok, e vem ganhando espaço em players como a Globo e com plataformas independentes, que impulsionam o formato integrando patrocínio, venda de episódios e ações multiplataforma.
As plataformas independentes têm adotado o modelo em que é possível assistir os primeiros episódios de forma gratuita e os demais podem ser desbloqueados por créditos virtuais ou microtransações. Também é possível ver modelos de pagamento único para remoção de anúncios ou para acessar títulos completos. O social commerce integrado ao conteúdo é outra grande vantagem para os anunciantes.
A audiência jovem (16-24 anos) lidera o consumo deste formato na América Latina (47%) e tem atraído cada vez mais anunciantes, já que o formato deve continuar crescendo por aqui na terra das novelas, e os microdramas são a nova fronteira digital rápida, imersiva e comercialmente promissora, que vai redefinir a forma de produção, distribuição e consumo de dramaturgia.
Muitos criadores já aderiram às novelas verticais e têm criado suas próprias PIs (propriedades intelectuais), em seus próprios estúdios, de forma cada vez mais estruturada e planejada. Eles já têm suas audiências e comunidades super engajadas, que confiam neles, gostam da sua forma de contar histórias, além de valorizarem os produtos que eles usam e indicam.
Os microdramas vêm pra criar vínculos cada vez mais duradouros entre criador, audiência e anunciante. E se o Brasil já é noveleiro e tem uma capacidade de engajamento única, imagina essa combinação entre novela, criador e fã/audiência?