Case da Eurofarma conquista Grand Prix de Pharma
Campanha da farmacêutica brasileira envolveu quatro escritórios da Dentsu e boa parte da produção é nacional

“Scrolling Therapy”, da Dentsu para Eurofarma: combate ao Parkinson com app, IA e social media (Crédito: Divulgação)
O júri de Pharma elegeu “Scrolling Therapy” como a melhor ideia da categoria neste ano – mas, embora a campanha tenha sido criada para um anunciante brasileiro, o prêmio não pode ser somado aos Leões conquistados pelo País.
Isso porque o projeto foi criado pelos escritórios da Dentsu da Argentina, de Chicago e de Nova York. A Dentsu Brasil foi responsável pelo desenvolvimento da parte de UI e UX, mas não participou da ideia e das trocas com os clientes, motivo pelo qual não está entre as agências que inscreveram o case.
Além disso, boa parte da produção da campanha é nacional: a The Youth, de Curitiba, fez a produção, enquanto as também curitibanas Canja Audio Culture e Colossal foram responsáveis pela pós-produção.
Hoje, aliás, quem comanda a criação da Dentu nos EUA e no mercado hispânico como CCO é o brasileiro Rafael Rizuto, presente na ficha técnica de “Scrolling Therapy”.
Segundo o também brasileiro Eduardo Tavares, diretor executivo de criação global da Dentsu Health, o trabalho feito a diversas mãos é um exemplo da atual abordagem da Dentsu Creative globalmente, algo que a empresa chama de “radical collaboration”. “É uma estrutura flexível por meio da qual conseguimos ajudar uns aos outros”, comenta.
Sobre o case
Criado para a farmacêutica brasileira Eurofarma, o case apresentou um app integrado ao Facebook e ao Instagram que, por meio da inteligência artificial, encoraja pessoas com Parkinson a fazer diferentes expressões e movimentos com o rosto para poder navegar nos feeds das redes.
Ao fazer caretas, levantar as sobrancelhas e sorrir para acessar as plataformas sociais, os pacientes acabam exercitando os músculos do rosto e acabam, assim, cumprindo um tratamento complementar no combate à doença, já que a perda das expressões faciais é uma das principais consequências do Parkinson. De acordo com o presidente do júri de Pharma, Joshua Prince, CEO global do Omnicom Health Group, o trabalho evidencia a tendência da junção entre ciência e emoção.
“Apesar de ser uma farmacêutica, a Eurofarma tem interesse em terapias alternativas. Gostariam também de ter alguma estratégia ligada à tecnologia, pois acham muito importante”, conta Eduardo Tavares, diretor executivo de criação global da Dentsu Health. Para Lucas Sfair, CEO da Canja, o papel da produtora foi o de trazer o tom perfeito para a mensagem e, a partir daí, construir o case ao redor da música para fortalecer a história e a emoção que a permeia. “É muito gratificante ganhar um GP, por ser o prêmio mais disputado e por apontar o destino da indústria”, diz.
O case foi lançado em abril, mês da conscientização sobre Parkinson, com apoio das associações de Parkinson do Brasil e do EUA e, segundo Tavares, a ideia é continuar ampliando o número de expressões faciais disponíveis no app.