A criatividade vive. E dança!
Reflexões do festival onde tecnologia e intuição dividiram o mesmo palco
Reflexões do festival onde tecnologia e intuição dividiram o mesmo palco
23 de junho de 2025 - 16h21
Além de o Brasil ter sido eleito como “Creative Country of the Year”, Cannes 2025 teve como pano de fundo um tema que dominou boa parte das conversas: a fórmula “criatividade + IA”.
Mas o que se sentiu no ar foi algo diferente. Um esforço real para entender como a criatividade pode não só sobreviver, mas florescer ao lado da tecnologia.
A inteligência artificial esteve em quase todo painel, só que com um tom mais maduro: a questão agora é como equilibrar, não como dominar.
Tor Myhren, VP de Marketing da Apple, resumiu bem: “Otimismo é um recurso criativo poderoso e essencial.” A ideia é olhar para a tecnologia com propósito e intencionalidade. E não com medo.
Sir John Hegarty (o cara) reforçou nossa mensagem da palestra “Independent and Bold”. Na sua “Por que os gigantes não dançam”, ele mandou a real: “tamanho gera burocracia. Burocracia mata a criatividade.” E completou com aquela frase certeira: “Não tente ser o maior. Tente ser o mais corajoso.”
Ainda falou que a IA pode eternizar a visão criativa dos fundadores: “A Igreja não entrou em declínio depois que Jesus morreu.” A moral da história? Narrativas fortes mantêm marcas vivas para além de quem está na liderança.
Esse insight é ouro para as independentes brasileiras. Nossa essência está viva no dia a dia, e não pode ser engolida pela burocracia. Mas aí surge a pergunta que não quer calar: como escalar essa vibe sem perder a autenticidade que move tudo?
No painel “O Toque Humano: Criatividade Não Pode Ser Automatizada”, promovido pela Stagwell, o recado foi claro: a IA não substitui a alma, ela libera espaço para mergulharmos no que as máquinas não têm, criatividade com emoção e conexão genuína.
Falando em conexão real, os creators foram protagonistas. O YouTube lançou o Open Call, que permite marcas e agências enviarem briefings direto para creators. Um processo mais rápido, criativo e, teoricamente, sem intermediários.
Além disso, o Veo 3, novo modelo de IA do YouTube para criar e editar vídeos curtos (shorts), chega para consolidar a Creator Economy como infraestrutura essencial.
Quem souber criar com essa galera, ouvir em vez de mandar, sai na frente. E as agências independentes têm uma baita vantagem aqui: escuta, agilidade e respeito viram diferencial competitivo.
No fim das contas, o maior elogio que uma agência pode receber hoje é: “vocês ainda dançam”. Dançam leve, ousado, com ritmo próprio. No meio dos gigantes engessados, quem é independent and bold continua improvisando. E realmente surpreendendo em 2025.
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