Álgebra, trabalho duro e muito esporte feminino
De esportes femininos a STEM: Cannes reforça o valor das comunidades, da ciência e do compromisso das marcas.
Álgebra, trabalho duro e muito esporte feminino
BuscarDe esportes femininos a STEM: Cannes reforça o valor das comunidades, da ciência e do compromisso das marcas.
18 de junho de 2025 - 14h02
O interessante de ir pulando entre algumas ‘praias’ e hotéis dos patrocinadores do festival é ver temas sendo discutidos por diversas lentes.
Um desses temas foi o crescimento de esportes feminino. Se tem algo que todos concordam é que atualmente apostar no esporte feminino é garantia de retorno extremamente positivo para a marca. Como um campo ainda em desenvolvimento tem muito espaço e oportunidades.
Em uma mesa que vi, um dos convidados resumiu de maneira simples e direta o momento: “as mulheres sempre praticaram esporte, a gente que começou só agora a prestar atenção.”
Um dos pontos colocados que garantem um retorno quantitativo e qualitativo para as marcas que acreditam e investem em esporte feminino tem a ver com valor e importância que essas parcerias estão tendo para desenvolver atletas e audiência. Todos acreditam que as mulheres atletas acabam oferecendo um engajamento mais intenso e criando comunidades.
Segundo a CEO e CMO da Milk US, investir em esporte feminino é um “full funnel investment”. O horizonte parece promissor, mas todos lembraram que Paris foi a primeira Olimpíadas da era moderna a ter representatividade 50/50, que ainda existe muita diferença salarial entre homens e mulheres e que para uma marca entrar nesse jogo tem que entrar de verdade e com compromisso de desenvolver de fato atletas e esportes.
Outro tema pipocando em diversos lugares é o poder das comunidades. Sempre muito falado, mas ainda extremamente relevante. E num painel que discutiu comunidades e métricas de sucesso, a responsável pela comunidade da Rihanna e Fenty trouxe um dos conceitos que elas trabalham – brand energy, a capacidade daquela marca/comunidade gerar energia.
O interessante aqui é além do gerar conversa, é gerar energia criativa que vai além de repost ou respostas. Para vários panelistas, uma comunidade forte é capaz de criar e transformar ideias, marcas. Existe muita métrica e tecnologia, mas o objetivo é criar uma magia que consegue de fato tocar e envolver as pessoas. E aí, não importa o tema, quanto mais pessoal, melhor.
E assim chego no painel sobre meninas e STEM (a sigla inglesa para as disciplinas ligadas a matemática e ciências). Num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia o letramento científico se tornou extremamente importante e esse sempre foi um assunto distante para mulheres. O painel era focado em como aproximar mais as meninas desse mundo, mas acho que vale também para o nosso mundo da comunicação.
Andar por Cannes é encontrar centenas de marcas de tecnologia que há pouco tempo mal conhecíamos. Faz alguns anos que números e tecnologia andam lado a lado a criatividade para garantir o sucesso de uma campanha. Então, acho que o conselho dado por Bill Nye (apresentador de um programa de ciência para crianças) de que saber álgebra é fundamental para qualquer um e base para todo o conhecimento científico serve para todo mundo.
E tudo isso se combina com o conselho da Liza Mundy (jornalista e autora de best-sellers) de que qualquer projeto que valha a pena precisa sempre de muito ‘hard work’.
Seja ele uma pesquisa, um livro, uma campanha, esportes ou até mesmo para voltar a estudar matemática a essa altura.
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