Serena Williams no palco de Cannes: uma nova era de propósito
Serena revelou bastidores de sua trajetória, e como o esporte continua sendo ponte para transformar cultura e negócios
Serena Williams no palco de Cannes: uma nova era de propósito
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20 de junho de 2025 - 14h29
Serena Williams não é só um nome gravado na história do esporte — é também uma força cultural, empreendedora de impacto, mãe e, agora, podcaster.
Durante o Cannes Lions 2025, no icônico Carlton Beach Club, a ex-tenista dividiu o palco para uma conversa que fugiu do protocolo e tocou em temas profundos: vulnerabilidade, legado, maternidade e a importância de colocar limites.
Ela começou com humor e leveza, agradecendo o carinho e a energia do público — e logo em seguida mergulhou em um relato de vida que foi do tapete vermelho à sala de aula da filha Olympia, onde hoje é conhecida como apenas “a mãe da Olympia”.
“Eu sempre fui só eu mesma. O que me mantém no chão é saber que todos somos iguais. Eu sou uma atleta que jogava toda semana com uma câmera na cara — não dava pra atuar. Tinha que ser real.”
E foi sendo real que Serena conquistou — e continua conquistando — corações.
Do nervosismo antes de jogos históricos à insegurança de pisar no palco do Super Bowl, ela não romantiza a performance: revela os bastidores com autenticidade.
“Eu entrei nervosa em todos os jogos da minha vida — talvez dois ou três que não. E isso nunca foi um problema, muito pelo contrário. O medo é a certeza de que eu me importo, de que quero entregar mais. Eu nunca confiei em quem perde o frio na barriga. Para mim, ele sempre foi o combustível para me superar.”
Falou também do podcast em vídeo que lançará com Venus Williams ainda este ano, uma união de forças que promete mostrar “a verdade sem filtro” das duas irmãs.
“O mundo não está preparado para as conversas reais que Venus e eu vamos ter. Isso não é sobre tênis. É sobre tudo o que nunca foi dito.”
Além disso, Serena deu uma aula de gestão de tempo e autocuidado, revelando que só recentemente aprendeu a colocar limites:
“Eu tenho superfronteiras agora. Sei exatamente os horários para mim, para as crianças, para a família. Isso me tornou uma mãe e uma mulher melhor.”
A conversa tocou também no impacto de críticas online, no papel do X (ex-Twitter) como espaço de expressão sem filtro e no trabalho que vem realizando com a Serena Ventures, fundo que já investiu em 16 unicórnios — muitos deles liderados por mulheres e pessoas sub-representadas.
“Outra coisa que eu amo — e que pouca gente entende — são os feedbacks negativos. Eles são os que mais me inspiram. Porque para mim, cada crítica vira força para mudar, para crescer e para provar que eu posso sempre mais.”
“Se muitas vezes não querem investir em nós, tudo bem. Quando investem, a virada é imensa. Eu adoro histórias assim.”
Para o futuro, ela antecipa dois projetos: o lançamento do podcast com Venus e a escrita de sua primeira autobiografia — um processo que, segundo ela, “está sendo mais difícil do que imaginava, porque fui treinada a não me abrir”.
No fim da conversa, um lembrete de quem sabe o poder que tem, mas também o tamanho da missão que carrega:
“Quando uma mãe na escola da minha filha me chama de ‘mãe da Olympia’, aquilo me emociona. É isso. É sobre ser acessível. É sobre tocar vidas.”
Serena saiu ovacionada — como em tantas finais de Grand Slam. Mas ali, no sol de Cannes, sem raquete na mão, mostrou que sua maior potência talvez esteja justamente fora das quadras.
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