Tudo novo, de novo?
Reflexões sobre o retorno a Cannes, as mudanças da indústria e a urgência de manter a caixa aberta e ver tudo que de bom que ela traz
Reflexões sobre o retorno a Cannes, as mudanças da indústria e a urgência de manter a caixa aberta e ver tudo que de bom que ela traz
16 de junho de 2025 - 14h04
Estou voltando a Cannes após 6 anos só acompanhando a cobertura e tenho sentido uma sensação muito confusa de que tudo mudou e nada mudou.
Nada mudou: Trump é presidente, o presencial é mandatório (pelo menos a maior parte da semana) e a tecnologia “pode acabar com a criatividade”
Tudo mudou: tivemos uma pandemia global, trabalho remoto se tornou uma possibilidade, AI virou rotina.
É nessa sensação que estou ansiosa para ver como serão as conversas e discussões e até mesmo o clima sobre temas que até 2024 eram fundamentais em qualquer conversa sobre criatividade e inovação: diversidade, equidade, inclusão, meio-ambiente, saúde mental.
A presença desses temas vinha permeando nossa indústria há alguns anos, avançando (mesmo que lentamente) e garantindo mudanças e evolução.
Parecia que a caixa tinha sido aberta e não era mais possível fugir dessas questões. Mas, esse ano parece que estamos conseguindo colocar tudo de novo dentro da caixa. “Vamos focar no negócio”, tem sido o argumento.
Eu decidi que vou correr atrás das discussões que querem manter a caixa aberta e seguir vendo tudo que de bom que ela traz. E das pessoas que acreditam que marcas e comunicação tem um papel fundamental na evolução do repertório e transformação da sociedade.
Afinal, foi dessa caixa que saíram fenômenos como a série Bridgerton, a incrível Liniker, marcas como a Patagônia, e incontáveis campanhas que mais do que prêmios fizeram diferença para a sociedade.
Até porque eu acredito nas pessoas e no poder de inovação e criatividade delas, todas elas. E que já tá mais que provado que essas conversas fazem muito bem para os negócios. Porque discutir AI é fundamental, mas discutir a nossa humanidade é mais.
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