Comunicação

Os planos da FSB Holding após a compra da Calia

CEO Marcos Trindade frisa que o grupo pretende fortalecer sua oferta de "reputação institucional" aos clientes

i 7 de novembro de 2025 - 6h00

A FSB Holding adquiriu 80% da Calia, agência que figura entre as 30 maiores do País, negócio que foi oficializado na quarta-feira, 5, mas que havia sido antecipado por Meio & Mensagem, no início do mês passado. Com a transação, a companhia – que, em agosto, havia assumido o controle integral da Jotacom – passa a contar com duas empresas de publicidade, uma das áreas prioritárias de investimentos, afirma Marcos Trindade, CEO e sócio da holding.

Marcos Trindade, CEO e sócio controlador da FSB Holding

Marcos Trindade, CEO e sócio da FSB Holding, falou da estratégia ao redor da aquisição (Crédito: Divulgação)

A estratégia de aprofundamento da presença no segmento publicitário seguiu a lógica da complementariedade, uma vez que a Jotacom tem histórico de atuação no digital, em clientes do setor privado, e a Calia tem ampla experiência de trabalho com contas públicas.

“Internamente, à medida que a gente integrar esses dois universos, haverá uma eficiência melhor, uma vez que também estamos muito avançados em investimentos na área de inteligência artificial. Então, estamos fortalecendo o ecossistema com mais uma opção para o cliente na área de propaganda. Para fora, vamos crescer como compradores de mídia”, antecipa.

A Calia chega com clientes como Caixa, Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Ministério da Saúde, Embratur, Governo do Distrito Federal e Britânia, no ramo privado. A Jotacom, por sua vez, atende contas como Duolingo, Heinz, Burger King, B3 e Mercado Pago.

FSB Holding na publicidade

Trindade pontua que o crescimento em publicidade, no entanto, visa servir à especialidade da holding em gestão de reputação, competência mais “B2B do que B2C”. Em outras palavras, a ideia foi ampliar a quantidade de ferramentas em função do “fortalecimento da reputação institucional dos clientes”.

“Claro que é importante a experiência do consumidor com a marca, mas a nossa publicidade tem o foco na reputação, ou seja, na propaganda institucional. É menos uma venda, apesar de fazermos isso para alguns clientes, e muito mais construir reputação, a imagem do negócio, do gestor público ou de um ator empresarial”, revela.

Além dos voos na publicidade, avaliados como bem-sucedidos, o CEO diz que a holding está atenta a outras áreas, como tecnologia, marketing de influência e relações governamentais.

Compra da Calia

Pelo acordo de aquisição, conhecido como partnership, os outros 20% da Calia permanecem com Gustavo Mouco, sócio e, até então, vice-presidente financeiro e de operações, que, a partir de agora, assume o comando da agência. O atual presidente da Calia, Humberto Pandolpho, passa a integrar o conselho de publicidade da FSB Holding.

“Quando olhamos um negócio para fortalecer nosso ecossistema, buscamos um sócio que vai estar na operação. Sócio que quer vender e ir embora nos torna mais cuidadosos nesse tipo de investimento. Tivemos a opção de comprar 100%, mas não queríamos”, diz Trindade.

Além da Calia e do controle total da Jotacom, neste ano, a FSB Holding também adquiriu participação minoritária da Santeria, marcando a entrada também no setor de produção publicitária.

Agora o grupo tem no portfólio 12 empresas: FSB Comunicação, Loures e Giusti Creative PR, de relações públicas, consultoria e digital; Nexus, de inteligência, pesquisas e monitoramento; Seta Public Affairs, de relações governamentais; Bein, de consultoria em ESG; Deck, de influência reputacional corporativa; Involv, de comunicação interna e marca empregadora; Bússola, de conteúdo; além da Jotacom, Santeria e Calia. Ao todo, a FSB Holding contabiliza 2,5 mil funcionários e 400 clientes.