A comunicação da chegada do Mounjaro ao Brasil
Com restrições do setor, farmacêutica Eli Lilly foca em profissionais da saúde e projeta futuro na área de cardiometabolismo
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Taís Farias
20 de maio de 2025 - 6h02
Nesta segunda quinzena do mês de maio, as farmácias brasileiras começaram a receber e comercializar o Mounjaro, medicamento para diabetes tipo 2 da farmacêutica Eli Lilly. Inicialmente, a previsão da farmacêutica era começar a vender o produto no País em junho. Mas as vendas foram antecipadas.
Os preços do Mounjaro podem variar de R$ 1.406,75 até R$ 2.384,34 (Crédito: Shutterstock)
O Mounjaro é um medicamento de prescrição médica aprovado pela Anvisa para o tratamento de diabetes tipo 2. Porém, a farmacêutica também já submeteu o remédio a avaliação regulatória para indicações de obesidade e apneia obstrutiva do sono. Recomendações que já vem sendo aplicadas em outros países.
Os preços do Mounjaro podem variar de R$ 1.406,75 até R$ 2.384,34, segundo divulgado pela Eli Lilly no seu lançamento.
O medicamento é concorrente do Ozempic. Juntos, eles fazem parte de uma classe de medicações que ganhou projeção globalmente: os agonistas de GLP-1. Ou seja, medicações que imitam a ação do hormônio GLP-1 no corpo. Esse hormônio, naturalmente produzido no intestino, ajuda a controlar níveis de açúcar no sangue e promover a sensação de saciedade.
Mounjaro e Ozempic contam com princípios ativos diferentes. Tirzepatida e semaglutina, respectivamente. Enquanto o Ozempic reproduz apenas a ação do GLP-1, o Mounjaro simula também um hormônio semelhante, o GIP.
A consultoria especializada no setor farmacêutico Towards Healthcare projeta que o mercado de agonistas de GLP-1 alcance US$ 62,86 bilhões neste ano, globalmente. Em 2034, a previsão é que esse número chegue a US$ 268,37 bilhões, com uma taxa de crescimento médio anual de 17,5%.
O mesmo relatório indica que, em 2023, a América do Norte dominava 76% em participação no mercado global. Além disso, a Ásia-Pacífico deve ser o mercado com crescimento mais rápido nos próximos anos. A popularização dessa classe de remédios também tem outros desdobramentos.
Nos quatro primeiros meses do ano, a Polícia Federal apreendeu mais de mil canetas (formato tradicional das medicações) contrabandeadas. Um aumento de 755% na comparação com o ano anterior
Segundo a Eli Lilly, responsável por produzir o Mounjaro, a demanda global sem precedentes fez com que a farmacêutica tivesse que avaliar com cautela a capacidade de fornecimento antes de lançar o remédio em um novo país.
“Isso fez com que o medicamento não fosse lançado em todos os mercados potenciais na velocidade que gostaríamos, mas desde então, temos trabalhado incansavelmente para que possamos atender o mercado brasileiro, mesmo frente ao ambiente dinâmico”, explica Felipe Berigo, diretor executivo de negócios de cardiometabolismo da Eli Lilly do Brasil.
Nesse sentido, a companhia fez investimento para aumentar sua capacidade produtiva. Desde 2020, foram aplicados US$ 50 bilhões em aumentar o parque fabril com inauguração de novas plantas e ampliação de outras já existentes em diferentes países. As instalações de fabricação ainda estariam operando em tempo integral.
No Brasil, a publicidade de medicamentos é controlada pela Anvisa a partir da resolução RDC 96/2008. Ela define que precisam de prescrição médica, como o Mounjaro, só podem ser anunciados para profissionais de saúde em contextos de informação técnica e científica. Com esse contexto, a companhia vai promover eventos presenciais e híbridos para profissionais de saúde e fará um evento de lançamento para o Mounjaro, no dia 7 de junho.
Os profissionais podem se inscrever no site. No futuro, a companhia também mira uma campanha sobre diabetes tipo 2. “Claro que a comunidade médica-científica é relevante, mas há também toda uma linha de comunicação para o público amplo, como pacientes, familiares, indivíduos com interesse em saúde, entre outros. Como uma empresa de saúde, portanto, também pretendemos criar uma campanha de conscientização sobre diabetes para levar informação de qualidade sobre essa doença”, aponta Berigo.
Apesar de aguardar aprovação da Anvisa para indicações de obesidade e apneia obstrutiva do sono, a companhia também não endossa o uso do medicamento em desacordo com a bula e prescrição médica.
Segundo a companhia, hoje, 40% do seu pipeline de moléculas em desenvolvimento está voltado para a área de cardiometabolismo. Isto é a relação entre doenças cardiovasculares e condições metabólicas, como diabetes, obesidade e resistência à insulina.
Recentemente, a companhia apresentou resultados bem-sucedidos do orforglipron, um agonista do GLP-1 oral, que está sendo estudado para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2. O medicamento seria uma alternativa ao uso de canetas. “Nosso portfólio na área vai ajudar milhares de pessoas que vivem com doenças cardiometabólicas”, defende Berigo.
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