Como a inteligência artificial se tornou uma aliada das agências?
Os executivos da DM9 e Africa Creative comentam sobre como a ferramenta tem sido utilizada nas agências e quais os principais desafios desse processo

O VP de conteúdo e inovação da DM9, Cleber Paradela, e co-CCO da Africa Creative DDB, Joanna Monteiros, abriram o primeiro painel da tarde no segundo dia de Maximídia (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)
No painel “Seremos nós os robôs?”, profissionais da Africa Creative e da DM9 debateram sobre o diferencial da criatividade após o advento da inteligência artificial. Na pesquisa Futuro das Agências, realizada pela KPMG e pelo Meio & Mensagem, a IA já é uma realidade nas agências.
Das 51 agências entrevistadas, todas afirmaram que já adotam IA. Algumas estão em fase inicial; a maioria em fase intermediária e somente 16% em fase avançada.
Na DM9, existe uma área focada para o desenvolvimento de produtos digitais em IA liderada por Cleber Paradela, vice-presidente de conteúdo e inovação da agência.
Segundo ele, além de ofertar essa solução para o mercado, o objetivo é que a área traga ideias para o cotidiano da agência. Em parceria com o KFC, a DM9 tem trabalhado ao lado de uma ferramenta, em fase beta, que acompanha a criação das peças, tom de voz e outras demandas.
Enquanto isso, a Africa Creative, que também pertence ao grupo Omnicom, também compartilha de algumas soluções em IA. Uma delas é chamada de ChatDDB, um chatbot que avalie o sucesso de uma ideia a partir do contexto. Por exemplo, se um criativo perguntar sobre o sucesso de uma ação para um fastfood, essa IA vai trazer elementos como relacionados ao tema, como veganismo e saúde. Para Joanna Monteiro, co-CCO da Africa Creative DDB, a ferramenta serve como um assistente jurídico.
Quais os desafios criativos da IA?
Na mesma pesquisa, os líderes de agências disseram que o aumento de criatividade e inovação em campanhas ficava entre os últimos benefícios da IA. De acordo com Paradela, quanto mais alto na hierarquia, os profissionais ficam distantes do ferramental, o que pode impactar essa percepção.
Para Joanna, a criatividade e a originalidade também podem acompanhar a tecnologia, na medida em que esta contribuí para insights de qualidade. “Nossa profissão é sobre conectar as marcas com as pessoas. A criatividade vende. Precisamos ser criativos o suficiente para usar aquela tecnologia”, diz. De fato, 82% citaram a melhoria na eficiência operacional e 51%, avaliaram como a otimização da análise de dados e geração de insights.
Para o futuro, Paradela avalia que existe potencial para o uso da inteligência artificial no Costumer Relationship Costumer (CRM), sobretudo, para a customização de entregas. Além disso, Joanna ressalta que é impossível falar de tecnologia hoje sem falar de IA e, por consequência, os clientes precisam estar inseridos nesse debate. “Os clientes que não entrarem nesses temas vão morrer”, ressalta.