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Depois de 3 anos, como evoluiu o 5G no País?

Tecnologia avança além das capitais, transforma indústria e projeta expansão em termos de acessibilidade

i 28 de agosto de 2025 - 6h05

5G tecnologia Brasil

5G tecnologia Brasil (Crédito: Putilov/Denis/Adobe Stock)

Há três anos, o 5G começou a operar oficialmente no Brasil, trazendo a promessa de uma nova era de conectividade, com velocidades mais altas, menor latência e maior capacidade de dispositivos conectados simultaneamente.

Um dos marcos mais recentes dessa expansão, segundo o Ministério das Comunicações, foi registrado em maio deste ano, quando o País ultrapassou a marca de mil cidades com leis de antenas atualizadas, superando as metas estabelecidas no edital de 2021.

Ao todo, o órgão federal contratou mais de R$ 2,5 bilhões por meio de linhas de crédito do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), dos quais R$ 2 bilhões foram viabilizados em parceria com o BNDES.

Vinícius Caram, superintendente de Outorga e Recurso à Prestação da Anatel, destaca que o 5G já está presente em 1.562 municípios, cerca de 28% do total do território brasileiro, e alcança 78% da população.

Todas as capitais já contam com cobertura 5G, e, em algumas delas, o sinal é equivalente ou até superior ao do 4G.

A Anatel reforça que o crescimento tem sido impulsionado pelo interesse das operadoras em investir na nova tecnologia, que é mais eficiente no uso do espectro, consome menos energia e reduz custos operacionais.

Como estão as operadoras hoje?

A Claro detém 38,5% de participação no mercado, com cobertura em cerca de 375 cidades. A Algar oferece o serviço em 34 municípios de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, atendendo mais de 50% da população em sua área de concessão.

A Vivo já alcança 596 cidades com 5G, incluindo todas as capitais e municípios com mais de 200 mil habitantes.

Já a TIM lidera em número de localidades, com mais de 707 cidades cobertas, atingindo 70% da população urbana.

A operadora também é pioneira em projetos, implantou o primeiro terminal portuário 5G da América Latina (BTP), o primeiro polo industrial 5G (Stellantis), o Maracanã como primeiro estádio 5G e conectou integralmente o Rock in Rio com a tecnologia.

Case

Mesmo em expansão, o 5G já começa a transformar setores além do consumidor final, como indústria, agronegócio, educação, segurança, logística, saúde e entretenimento.

Um exemplo é a Nestlé, que iniciou em setembro de 2022 um projeto-piloto de rede 5G privativa em sua fábrica de Caçapava (SP), em parceria com a Claro e a Ericsson.

Trata-se do primeiro uso de 5G da Nestlé no mundo e o pioneiro na indústria de alimentos da América Latina. Em outubro do ano passado, a rede foi expandida com cinco antenas próprias, atendendo três linhas de produção de KITKAT.

A implementação possibilita, por exemplo, o monitoramento em tempo real, análise em nuvem, manutenção preditiva e otimização de processos.

A marca reforça que a rede privativa garante maior flexibilidade e segurança de dados, permitindo que informações sensíveis circulem apenas internamente.

Futuro

A Anatel monitora o cumprimento das obrigações das operadoras por meio de um dashboard público e fiscalizações em campo, incluindo medições de sinal e análise de relatórios, com o objetivo de levar a tecnologia a 100% dos municípios até 2029.

O foco atual está nas cidades menores, especialmente no Norte e Nordeste, onde operadoras regionais como Brisanet, Unifique e Liga começam a ativar suas estações. Embora as metas dessas empresas só passem a valer a partir de 2026, muitas já operam antecipadamente.