Depois de 3 anos, como evoluiu o 5G no País?
Tecnologia avança além das capitais, transforma indústria e projeta expansão em termos de acessibilidade

5G tecnologia Brasil (Crédito: Putilov/Denis/Adobe Stock)
Há três anos, o 5G começou a operar oficialmente no Brasil, trazendo a promessa de uma nova era de conectividade, com velocidades mais altas, menor latência e maior capacidade de dispositivos conectados simultaneamente.
Um dos marcos mais recentes dessa expansão, segundo o Ministério das Comunicações, foi registrado em maio deste ano, quando o País ultrapassou a marca de mil cidades com leis de antenas atualizadas, superando as metas estabelecidas no edital de 2021.
Ao todo, o órgão federal contratou mais de R$ 2,5 bilhões por meio de linhas de crédito do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), dos quais R$ 2 bilhões foram viabilizados em parceria com o BNDES.
Vinícius Caram, superintendente de Outorga e Recurso à Prestação da Anatel, destaca que o 5G já está presente em 1.562 municípios, cerca de 28% do total do território brasileiro, e alcança 78% da população.
Todas as capitais já contam com cobertura 5G, e, em algumas delas, o sinal é equivalente ou até superior ao do 4G.
A Anatel reforça que o crescimento tem sido impulsionado pelo interesse das operadoras em investir na nova tecnologia, que é mais eficiente no uso do espectro, consome menos energia e reduz custos operacionais.
Como estão as operadoras hoje?
A Claro detém 38,5% de participação no mercado, com cobertura em cerca de 375 cidades. A Algar oferece o serviço em 34 municípios de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, atendendo mais de 50% da população em sua área de concessão.
A Vivo já alcança 596 cidades com 5G, incluindo todas as capitais e municípios com mais de 200 mil habitantes.
Já a TIM lidera em número de localidades, com mais de 707 cidades cobertas, atingindo 70% da população urbana.
A operadora também é pioneira em projetos, implantou o primeiro terminal portuário 5G da América Latina (BTP), o primeiro polo industrial 5G (Stellantis), o Maracanã como primeiro estádio 5G e conectou integralmente o Rock in Rio com a tecnologia.
Case
Mesmo em expansão, o 5G já começa a transformar setores além do consumidor final, como indústria, agronegócio, educação, segurança, logística, saúde e entretenimento.
Um exemplo é a Nestlé, que iniciou em setembro de 2022 um projeto-piloto de rede 5G privativa em sua fábrica de Caçapava (SP), em parceria com a Claro e a Ericsson.
Trata-se do primeiro uso de 5G da Nestlé no mundo e o pioneiro na indústria de alimentos da América Latina. Em outubro do ano passado, a rede foi expandida com cinco antenas próprias, atendendo três linhas de produção de KITKAT.
A implementação possibilita, por exemplo, o monitoramento em tempo real, análise em nuvem, manutenção preditiva e otimização de processos.
A marca reforça que a rede privativa garante maior flexibilidade e segurança de dados, permitindo que informações sensíveis circulem apenas internamente.
Futuro
A Anatel monitora o cumprimento das obrigações das operadoras por meio de um dashboard público e fiscalizações em campo, incluindo medições de sinal e análise de relatórios, com o objetivo de levar a tecnologia a 100% dos municípios até 2029.
O foco atual está nas cidades menores, especialmente no Norte e Nordeste, onde operadoras regionais como Brisanet, Unifique e Liga começam a ativar suas estações. Embora as metas dessas empresas só passem a valer a partir de 2026, muitas já operam antecipadamente.