IA é destaque entre tendências de e-commerce

Giovana Oréfice
2 de maio de 2023 - 6h03

A tecnologia vem permeando o dia a dia da sociedade e, quando se fala de e-commerce e suas tendências, a aplicação de ferramentas é relevantes – sobretudo com a inteligência artificial (IA).

A BairesDev, empresa que fornece soluções de software nearshore e serviços de terceirização, ressalta em levantamento, segundo dados do Global E-Commerce Forecast 2022, que houve crescimento de 20,4% na América Latina em aplicações baseadas em IA. No Brasil, o aumento foi de 22%. O estudo identificou cinco tendências de e-commerce com base no aumento de 150% em projetos de software.

Tendências de e-commerce da BairesDev incluem personalização, uso de dados, omnicanalidade e consciência geracional (Crédito: Mongta Studio/Shutterstock)

Entre essas tendências, está a personalização. Bob Leibholz, vice-presidente sênior de desenvolvimento de negócios da BairesDev, aponta que a inteligência artificial, aprendizado de máquina (machine learning) e redes neurais estão se tornando mais onipresentes no comércio eletrônico. “Essas tecnologias começaram com mecanismos de recomendação, mas, agora, são frequentemente usadas para modelos de preços, resultando em preços mais dinâmicos que podem variar de pessoa para pessoa com base em vários fatores”, diz.

O executivo adiciona que a IA é frequentemente usada para personalizar a jornada do usuário em site, permitindo que as empresas pensem de forma mais criativa e criem caminho e fluxo de compra distintos. Além disso, a ferramenta é capaz de automatizar e otimizar tarefas de processamento e análise de dados, identificando padrões, fornecendo insights valiosos e análises preditivas. O resultado é a experiência de compra online mais relevante e satisfatória.

Ainda nesse sentido, o levantamento ressalta a importância dos dados como tendência do e-commerce. A empresa mostra que organizações orientadas por dados têm 23 vezes mais possibilidade de adquirir clientes, 19 vezes de serem mais lucrativas e seis vezes mais chances de reter clientes. Por outro lado, os dados aliados à personalização encaram o desafio da variação de privacidade e outras regulamentações em diferentes países.

“Capturar dados suficientes dentro da estrutura dos regulamentos desse país específico é o primeiro desafio a ser superado para permitir a tomada de decisões baseada em IA, o que pode ajudar a personalizar a jornada do comprador e as estratégias de preços”, demonstra Leibholz. Para driblar eventuais problemas, e-commerces podem adotar estratégias de minimização de dados. Entre as alternativas está a de transformar informações pessoais em anônimas e obter consentimento explícito do cliente para coleta e uso delas.

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Omnicanalidade em alta

Com o fortalecimento e consolidação do e-commerce nos hábitos de compra, a diversificação de canais torna-se estratégia essencial para a sobrevivência. A empresa de soluções de software nearshore reforça a tendência da importância do uso de dispositivos móveis em transações de compra e venda online. Fato é que 43,4% das vendas totais do e-commerce são feitas via mobile, segundo o levantamento.

Apesar disso, é preciso lembrar que não há ainda um cenário de fim das lojas físicas. O fato é outra grande tendência identificada pela BairesDev. Cerca de 54% dos consumidores preferem compras híbridas. Assim, surge a necessidade do desenvolvimento de estratégias omnichannel.

O VP sênior de desenvolvimento de negócios da BairesDev endossa que o marketing omnichannel está ganhando popularidade devido à sua eficácia em aumentar as taxas de fechamento por meio de vários canais de comunicação. Isso inclui e-mail, LinkedIn, WhatsApp, Instagram, Facebook, divulgação baseada em texto, telefonemas e outros formas de divulgação. Ao mesmo tempo, o Instagram e Facebook ganham destaque por serem plataformas eficazes para marketing direcionado, dependendo da idade e demografia.

Em suma, a omnicanalidade se mostra eficaz na integração de canais off-line e online para criar experiência de cliente coesa e perfeita. “Isso permite que os clientes tenham experiência consistente, independentemente de fazerem compras na loja, online ou por meio de outros aplicativos móveis ou mídias sociais. Alguns exemplos dessa integração incluem compra online, retirada na loja (BOPIS), retirada na calçada e devoluções ou trocas em diferentes canais”, complementa Leibholz.

As estratégias devem, ainda, estar alinhadas no fato de que consumidores com consciência digital exigem compras éticas. Essa é outra integrante das tendências de e-commerce e indica que as gerações Z e os millennials têm demanda por produtos e serviços que atendam a suas expectativas. Ademais, a consciência desses grupos envolvem a priorização da privacidade, segurança, sustentabilidade e práticas éticas.

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Tendências de e-commerce e suas oportunidades

O reconhecimento da presença online para a identidade da marca e o valor, desde as maiores empresas até pequenos comércios, gera oportunidades para os desenvolvedores. Sob o mesmo ponto de vista, a demanda por profissionais da área, consequentemente, aumenta. Atualmente, cerca de 27% da equipe de engenharia da BairesDev vem do Brasil.

Segundo o executivo da BairesDev, nota-se procura maior por desenvolvedores de back-end no setor de comércio eletrônico. Isso acontece, sobretudo, devido ao desenvolvimento e integração de recursos baseados em IA, mecanismos de processamento de pagamentos e outros aprimoramentos importantes. Contudo, profissionais em tecnologia também podem desempenhar papéis essenciais em projetos. Algumas possibilidades são QA/Teste, Gerenciamento de Projetos, Análise de Negócios e Desenho de Processos, Infraestrutura, Administração de Banco de Dados e DevOps.

“À medida que as plataformas de comércio eletrônico aumentam sua participação no mercado, os desenvolvedores que aprenderam e dominam essas plataformas serão muito procurados, incluindo Adobe Experience Cloud, Shopify, BigCommerce, Volusion e muitos outros”, exemplifica o VP.