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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Envelhecer com propósito: o que o SXSW 2025 revelou sobre o futuro 50+?

Em um cenário de transformações, fica claro que envelhecer não é perder relevância, mas sim ocupar um novo espaço na sociedade.


12 de março de 2025 - 14h14

Participar do SXSW 2025 está sendo uma experiência enriquecedora e repleta de insights sobre o futuro da tecnologia, do mercado e, principalmente, do papel das gerações mais experientes na sociedade. Ao longo do evento, antes de qualquer coisa, vi muitos 50+ transitando por Austin e participando dos paineis. E, devo admitir: vim achando que a atenção dos quatro cantos do evento seria destinada apenas aos mais jovens. 

É claro que a Geração Z está marcando sua presença de forma pulsante e protagonista, mas sem que a geração mais velha fique para escanteio, como era o meu receio. Inclusive, posso afirmar que os millennials são tão pulsantes quanto e desempenham um papel importante nos negócios, na criatividade e no corporativo. Há 6 anos dos 50, estou ansioso pelas mudanças que esse público vai mediar. 

Então, além de me ver representado, já que muitas narrativas  e diálogos foram pensadas para os 50+, inclusive de 50+ para 50+, também me senti parte de uma transformação, mediada pelo SXSW. 

Isso quer dizer que também pude presenciar uma crescente atenção às necessidades e potencialidades do público 50+, tanto em relação à saúde social quanto ao consumo e ao impacto das novas tecnologias.

Um dos debates mais instigantes trouxe à tona o conceito de saúde social e como a solidão pode impactar diretamente o bem-estar. A discussão girou em torno da diferença entre gerações: enquanto a Geração X tem um histórico de forte sociabilidade, as Gerações Z e Alpha vivem hiperconectadas, mas com menos interação presencial. A reflexão sobre como equilibrar conexões e isolamento foi um dos pontos altos, reforçando que o público 50+ pode ter uma vantagem nesse aspecto, por aprender a navegar entre esses dois polos de maneira mais equilibrada.

Outro ponto que me chamou atenção foi a nova direção das inovações tecnológicas. Em vez de buscar apenas revoluções grandiosas, está havendo um foco maior em tecnologias voltadas para impacto pessoal. Isso tem um potencial enorme para melhorar a qualidade de vida, especialmente para aqueles que querem se manter ativos, produtivos e conectados com suas redes.

O olhar para o consumo das mulheres 50+ foi outro tema relevante. A discussão deixou claro que elas não temem o envelhecimento, mas sim serem ignoradas pelo mercado. Existe um movimento crescente para incluir o envelhecimento de forma natural no repertório de beleza e bem-estar, sem a necessidade de combatê-lo. As marcas estão percebendo a importância de ouvir essas consumidoras, respeitando suas rotinas e necessidades, considerando essenciais as redes sociais (de forma adequada aos diferentes perfis), as mídias  digitais e o poder do boca a boca.

Outro momento marcante foi a reflexão sobre como os negócios e a filantropia precisam andar juntos. O impacto social deve ser um pilar central para as empresas, algo que conversa diretamente com o público 50+, que busca consumir as marcas alinhadas com valores e propósito. Olhar para públicos hoje excluídos da visão das marcas, não é benemerência e sim deixar um grande volume de dinheiro sobre a mesa.

SXSW 2025 reforçou que estamos vivendo um momento de transição, no qual a geração 50+ não só tem um papel ativo, mas também influencia os rumos do mercado e da tecnologia. Fica claro que envelhecer não significa perder relevância, mas sim conquistar um novo espaço na sociedade. O futuro é multigeracional, e é essencial que as marcas, empresas e tecnologias acompanhem essa evolução.

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