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Opinião

Diversidade = Criatividade

Por que as empresas deveriam se preocupar em contratar equipes diversas não só em junho, mas durante todo o ano


19 de junho de 2023 - 9h19

(Crédito: WinWin artlab/shutterstock)

Já virou tradição: assim que entramos em junho, as cores da bandeira do orgulho vestem os logotipos das empresas, as postagens nas mídias sociais, as hashtags das publicações.  

Independentemente do segmento, todas querem mostrar ao mundo como abraçam a diversidade. Nos dias de hoje, pega mal não ser (ou parecer ser) inclusivo. Mas será que isso é o bastante? 

Não são poucos os exemplos de campanhas que deram muito errado porque faltou um olhar mais apurado, um senso crítico da parte de quem idealizou, quem executou e quem aprovou.  

Quantas histórias já ouvimos de marcas que quiseram parecer cool e acabaram ofendendo, mesmo sem querer, uma parcela do seu público? 

Num passado muito recente, diversas marcas já foram acusadas de machistas, homofóbicas, racistas, gordofóbicas e tantos outros adjetivos nada desejáveis.  

E, muitas vezes, nem era por mal. A intenção era até boa. 

Mas boas intenções não fazem uma boa campanha de marketing. É preciso trazer vários pontos de vista na hora do planejamento e da criação.  

E é aí que entra a diversidade.

Uma empresa de absorventes ou de comprimidos para dor de cabeça que, sem querer, passam uma mensagem que ofende as mulheres (que são a maior parte do seu público), provavelmente não contavam com nenhuma mulher participando dos processos. Quando muito, executando o que algum homem acima dela sugeriu. 

O mesmo vale para marcas acusadas de racismo. Será que se houvesse profissionais negros nos processos de tomada de decisão isso aconteceria? Será que se esse público estivesse devidamente representado nos quadros de funcionários das agências teríamos tantas campanhas equivocadas? Eu duvido. 

Cada vez mais, as empresas se preocupam em fazer processos seletivos mais inclusivos, abrir vagas afirmativas e mais uma série de iniciativas louváveis. O problema é quando essas iniciativas só se sustentam na teoria, mas não funcionam na prática. 

Lembrei do caso de um amigo meu, que trabalha numa empresa que se vende como super inclusiva. Uns tempos atrás, essa empresa decidiu priorizar pessoas não-brancas, trans, grupos minoritários em geral na hora de preencher suas vagas. Deu tudo certo e uma leva de novos profissionais foi contratada. Mas no primeiro “aperto”, na primeira necessidade de cortar custos, adivinha só quem são os primeiros a serem demitidos? Pois é. 

E no mês do orgulho, não dá para não trazer essa reflexão. 

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