Os desafios de orquestrar a inovação
Ana Paula Passarelli, Camila Novaes e Alexandre Kavinski destacam repertório e escuta ativa
Na definição do dicionário, inovar é produzir ou tornar algo novo, trazer novidades. Em uma realidade em que a tecnologia avança de forma, cada vez mais, acelerada e as instabilidades favorecem a aversão ao risco ser reconhecido como alguém inovador pode ser um desafio.

Alexandre Kavinski, Ana Paula Passarelli e Camila Novaes (Crédito: Divulgação)
E é nesse contexto que Ana Paula Passarelli, cofundadora da Brunch e vice-presidente de creator economy da Diana; Camila Novaes, diretora de marketing da Visa; e Alexandre Kavinski, líder de IA e inovação na WPP Media Services (WMS) e líder do comitê de IA da WPP no Brasil, foram indicados à categoria Profissional de Inovação no Caboré 2025.
Os três profissionais disputam o prêmio pela primeira vez e representam diferentes elos da cadeia de comunicação e marketing. Ana Paula Passarelli, a Passa, se dedica ao mercado de influência há mais de uma década. Antes de fundar a Brunch, ela foi professora universitária, pesquisadora e passou por empresas como F.biz, Dafiti e Grupo Morena Rosa.
Camila Novaes passou pela White Martins, Sony Electronics e Mobile, Cielo e, em 2016, ingressou na Visa, com uma trajetória que une o foco na marca e nas estratégias para clientes. Na companhia, ela participou da criação do comitê de inclusão & diversidade.
Alexandre Kavinski, por sua vez, foi fundador e CEO da i-Cherry, que foi adquirida pelo WPP em 2010. Kavinski foi transferido para a Mirum dos Estados Unidos em 2015 para desenvolver a área de performance marketing da companhia. Em 2019, ele retornou para a i-Cherry até sua incorporação pelo WPP Media Services, em novembro do ano passado.
Inovação coletiva
Em comum, os três compartilham uma visão sobre inovação que extrapola a performance individual e envolve a capacidade de ouvir e gerar valor. O líder de IA e inovação do WPP Media Services defende que, com a velocidade da tecnologia, o profissional inovador é menos um inventor isolado e mais um orquestrador.
“Para mim, inovador é quem consegue articular três dimensões de inteligência: a humana, com criatividade, empatia e pensamento crítico; a artificial, que não apenas acelera processos, mas redefine a própria lógica de criação, comunicação e negócios; e a coletiva, que emerge quando diferentes repertórios se encontram. O inovador não precisa ter todas as respostas, mas precisa fazer as melhores perguntas e criar os ambientes em que a transformação acontece”, aponta Kavinski.
Em linha, Novaes descreve uma tríplice aliança da inovação formada por escuta, inclusão e atenção com repertório. “Mais do que apenas possuir um repertório cultural amplo, é fundamental saber aplicar esse conhecimento de forma estratégica, utilizando-o para impulsionar iniciativas que gerem valor real. Esse perfil vai além da técnica e do domínio de ferramentas. Trata-se de alguém capaz de ouvir verdadeiramente as demandas do mercado e das pessoas, integrar diferentes perspectivas e backgrounds, e dedicar atenção para desenvolver soluções relevantes e transformadoras”.
A cofundadora da Brunch reforça que inovação é repertório e não uma escolha. “Cada pessoa constrói soluções com base no seu repertório e a miopia está em achar que todos precisam partir do mesmo lugar para criar inovação. Falava-se de inovação quase como sinônimo de tecnologia, mas hoje, entendo que inovação é sobre impacto humano: criar produtos, processos e narrativas que mudam a vida das pessoas, que desafiam padrões estabelecidos e abrem espaço para novas vozes”, afirma Passarelli.