22 de junho de 2021 - 10h59
O biênio 2020-2021 foi desafiador para o Festival de Cannes, o maior evento de celebração de criatividade do mundo. Tive o privilégio de assistir a mais de 1.000 trabalhos inscritos, de todas as partes do mundo. Hoje foram divulgados os vencedores. Apontamos um Grand Prix para cada ano.
Em 2020, o escolhido foi o case “The Bread Exam”, que utilizou uma tradição libanesa (a panificação) para educar mulheres a realizar o autoexame para identificar sinais de câncer de mama. Uma ideia tão simples, mas tão poderosa. Já o segundo GP foi para “Contract for Change”, em que uma marca de cerveja (a Michelob) ajudou agricultores americanos a começar a cultivar de forma orgânica garantindo um contrato de compra, por três anos, de toda a produção até que a transição do modo de produção estivesse completa. Mais que uma ideia criativa, um compromisso de mudança.
Talvez essa tenha sido a grande mensagem de Cannes neste ano: premiar ideias não só criativas e belas sacadas, mas aquelas que tiveram um compromisso com a realidade. E que entregaram, de alguma forma, resultados alinhados com as tão faladas agendas de ESG e capitalismo de stakeholder.
Em relação aos trabalhos brasileiros, quatro cases chegaram ao shortlist. O case que apresenta a inusitada campanha da cidade finlandesa de Salla aos Jogos Olímpicos de Verão de 2032 levou 2 Ouros e 1 Bronze. E o case “Jesus Our Supporter”, que vestiu o Cristo Redentor com a camisa do Flamengo, levou um Bronze para a Adidas. Ficou um gostinho de quero mais.
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