Eficácia da criatividade ganhou mais palco em Cannes, com fatos, dados e até dicas de como educar o board das companhias para o impacto e a importância de dizer sim para ideias mais disruptivas, compartilho alguns
20 de junho de 2024 - 10h43
Criatividade é hoje um dos investimentos mais importantes para ativar crescimento no McDonald’s. Juntos numa palestra, a CMO da marca – Morgan Flattey, o CFO – Ian Borden e a presidente em mercado internacionais – Jill McDonald disseram que o marketing na companhia deixou de ser visto como um black box, é hoje uma ferramenta poderosa com credibilidade na alta gestão. Essa mudança é fruto de um processo de educação para fazer com que todos compreendam o poder da criatividade e sustentada por métricas consistentes que realmente demostram que o resultado vem dela. Argumentaram que embora possa parecer um contrassenso, quanto mais ferramentas de controle, medição, entendimento e envolvimento da alta gestão com o tema da criatividade, mais liberdade e investimento para ser ousado e criativo.
Criatividade é o driver número 1 para impulsionar vendas, segundos os heads de advisory da Warc, Contagious e Cannes Lions. No painel compartilhado mostraram alguns números recentes que impressionam. 49% é o impacto da criatividade em vendas incrementais, disparado o maior asset de todos, ficando outros aspectos da marca com 21% e alcance/mídia com 14%. Peças com mais qualidade criativa, turbinam o retorno gerando 4 vezes mais ganho em comparação com os anúncios menos criativos.
Criatividade será ainda mais importante em 2029. Entre os 44 pontos de atenção para vencer em 2029 apresentados pela Contagious, também está a necessidade de avançar na capacidade criativa, porque criatividade é um multiplicador de lucro. É o segundo item depois de tamanho de marca/share, multiplicando em 12 vezes o lucro.
Inúmeros outros pontos relacionados ao valor por trás da marca, do marketing e da criatividade foram abordados. A necessidade de unificar a linguagem, já que não há um entendimento claro sobre o que é marca, são mais de 100 definições. A questão de que esse investimento não deveria ser gasto na demonstração financeira. A defesa dos inúmeros ganhos, de diferenciação a lealdade e elasticidade. Além de uma abordagem que gostei muito da Karen Crum da EY, sobre a diferença de ser precedente ou ser persuasivo na defesa do que fazemos. Precedente é orientado por fatos e gera confiança. Persuasivo é orientado por crença, pode acontecer ou não, traz junto a noção de risco. Precisamos ser mais precedentes e falar muito mais sobre o retorno do que fazemos, porque criatividade realmente funciona.
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