Percepções de uma estreante

26 de junho de 2023 - 11h25

Na minha estreia em Cannes, vivi uma semana intensa com muito conteúdo, encontros e ativações. O festival de criatividade é uma celebração das muitas possibilidades de transitar por uma enorme diversidade de temas, sempre buscando novas formas e parcerias para desenvolver projetos. Não é difícil se perder – aqui no melhor sentido -, em tantas informações e ideias surpreendentes.

Em meio a esse turbilhão, reservei um tempo para refletir sobre a importância da criatividade no centro do que fazemos como empresas e marcas. É através dela que geramos impacto para a sociedade e as pessoas. Ela pode ser uma força disruptiva para impulsionar o crescimento dos negócios, como bem trouxe Faye McLeod, da Louis Vuitton, em sua palestra, onde a arte de suas criações nos permitiu sonhar grande.

Algumas outras experiências me tocaram de forma especial. A conversa que uniu a atriz e business woman Halle Berry e a Bayer sobre o poder da comunicação efetiva para abordar a equidade e a saúde íntima foi inspiradora. Enfrentar tabus e preconceitos por meio de mensagens criativas pode ser uma maneira poderosa de impulsionar transformações sociais, confrontando o bias coletivo.

Outro tema quentíssimo – apesar de não muito novo – é a inteligência artificial. Tivemos reforços positivos, como “os humanos continuam sendo os criativos”, “a máquina só fará o que os humanos mandarem” etc. Mas, para mim, ainda ficam muitos questionamentos: até quando? E quantas novas formas existem – e vão existir – dentro desses conceitos e da revolução digital? Curioso como saímos desses momentos com tantas perguntas a responder e um horizonte infinito de possibilidades.

Quanto aprendizado também ao presenciar Scott Galloway e Kara Swisher, que respiram os ares inovadores do Vale do Silício, gravando ao vivo um episódio do podcast Pivot, discutindo as notícias mais interessantes no mundo da tecnologia e dos negócios.

E, claro, campanhas incríveis do mundo todo estão expostas em pôsteres, sendo reconhecidas e ganhando prêmios. Dá vontade de estar lá, e tenho certeza que a Nestlé – inspirada pelo ano da criatividade – terá essa honra em breve.
Como é bom ver esses assuntos, que respiro em meu dia a dia, sendo tratados em um festival que reúne pessoas de outras áreas, setores e realidades, reverberando para o mundo.

Uma experiência completa e ainda com trilha sonora de primeira. Um dos grandes objetos de desejo são as festas do Spotify. Esse ano, Foo Fighters nos deixou sem ar. Uma sensação diferente e tão poderosa quanto me deparar com os maravilhosos Simoninha e Jairzinho no Made in Brazil. O que representaria melhor o terceiro maior país participante do festival, e um dos mais premiados, do que celebrar nossa gente, nossa cultura?

Cannes é sobre criar repertório e ainda se conectar com pessoas bacanas, em lindas locações e uma desafiadora temperatura que beira os 30 graus. Literalmente fervendo de inspirações!
Quem já veio muitas vezes diz que essa experiência vicia. E como certas experiências precisam ser ao vivo e em cores, essa é uma delas. Saio daqui com agenda reservada para 2024.