O encontro entre Hollywood e a geração Youtube

Roseani Rocha
18 de junho de 2017 - 13h03

Falar sobre o que mudou no mundo do entretenimento e na relação de seus atores – ou melhor, neste caso, atrizes – com as marcas nos últimos anos foi a proposta do seminário “A Hollywood clássica encontra a geração YouTube: quem são os fãs seguindo?”, patrocinado pela Ketchum, com a presença da veterana Laura Dern e da jovem Grace Helbig.

Marcus Peterzell, vice-presidente executivo de entretenimento da Ketchum e host do painel, lembrou que o trabalho de companhias de relações públicas como a sua sempre ajudar seus clientes a construírem histórias atraentes, e continua sendo. O que mudou, no entanto, foi justamente o contexto e o mundo do entretenimento.

Elegante, no alto de seus 50 anos, Laura Dern, cujo pai Bruce Dern também era ator, lembrou que as marcas, em Holywood, sempre tiveram um papel nos filmes, mas sutil, ou que os atores apoiavam a exposição de algumas marcas para financiar seus filmes. “O mundo da publicidade apoia os atores financeiramente, mas também os filmes, por isso é tão interessante ver esses dois mundos, da publicidade e do cinema, se reunirem em Cannes”, disse.

Embora o trabalho de YouTubers com marcas em geral seja muito menos sutil, Grace Helbig, que largou a faculdade e nas palavras de Marcus Peterzell construiu um mini-império com um celular, usando como espaço sua sala de estar, ressaltou que a relação direta que os youtubers têm com sua audiência, por sua vez, demanda muita transparência. Citou como exemplo o fato de ter feito publicidade para uma marca de hidratante spray (St. Ives, da Unilever), porque realmente gostava do produto. “É preciso ter uma conversa com a marca para saber se o que está sendo proposto faz sentido para o público”, ponderou Grace.

Neste ponto, a opinião de Laura Dern é a mesma, não importando a diferença de idade entre ambas ou o contexto em que atuam. “É preciso ser muito seletivo para aquilo que você diz sim”, enfatizou. Grace acrescentou que criadores de conteúdo não gostam de fazer as coisas pela metade, mas colocar força total naquilo que fazem, por isso seletividade também é importante para eles.