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Comunicação

As holdings de comunicação e o abandono das operações na Rússia

Dentsu se junta a WPP, Interpublic, Accenture e Publicis Groupe e deixará de ter escritórios e operação no país


16 de março de 2022 - 18h18

(Crédito: Shutterstock)

Com informações do Ad Age

Por meio de um comunicado divulgado já nesta quinta-feira, 17 (já no fuso horário de Tóquio, onde se localiza a sede do grupo) a Dentsu foi a última das grandes holdings de publicidade a anunciar que está se preparando para encerrar sua operação na Rússia.

A Guerra na Ucrânia, que já dura 21 dias, afetou as estratégias e o posicionamento das grandes companhias de comunicação e fez com que WPP, Interpublic, Publicis Groupe decidissem encerrar a operação das agências e empresas que mantinham no país. A forma pela qual essa saída do mercado russo está sendo feita varia de uma holding para outra.

A Dentsu, por exemplo, trabalhava na Rússia por meio de uma joint venture com uma empresa local e irá transferir sua participação na operação para essa companhia russa. De acordo com o grupo, 1500 funcionários trabalham nos negócios dessa joint venture na Rússia.

A holding japonesa também disse que está tomando medidas para garantir a segurança dos funcionários e familiares dos cerca de 500 colaboradores que atuam na Ucrânia. A companhia relata que as atividades no país já foram suspensas e que “está fornecendo transferência familiar, suporte jurídico e de moradia para esses funcionários, juntamente com oportunidades de emprego em outras empresas Dentsu de outras regiões.”

Uma estratégia semelhante em relação à atuação na Rússia foi anunciada pelo Publicis Groupe, que decidiu passar o comando local de seus negócios para Sergey Koptev, chairman e fundador da Publicis Rússia. A holding disse que estava transferindo sua participação ao executivo com a condição de que fossem garantidos os empregos dos funcionários da empresa.

“Desde o início da invasão, estamos trabalhando na ideia de sair da Rússia por condenamos fortemente a agressão unilateral contra a Ucrânia. Estamos comprometidos a tomar fortes ações que respondam à gravidade da situação. Mas estivemos determinados em levar o tempo necessário para ter uma solução que verdadeiramente privilegiasse as pessoas, porque os 1200 funcionários que temos na Rússia são nossas pessoas também. Não poderíamos simplesmente abandoná-los. Ao ceder o controle de nossa operação na Rússia a Sergey, estamos assegurando um futuro a nossas colegas enquanto, imediatamente, interrompemos toda as nossas operações, engajamento e investimentos na Rússia”, declarou Arhtur Sadoun, CEO & chairman do Publicis Groupe, em comunicado.

Coragem e resiliência
No dia 4 de março, o WPP anunciou que encerraria as atividades dos escritórios russos da VMLY&R, Wunderman Thompson, GroupM e de outras redes que mantinha no país. Ao todo, a companhia contava com 1400 funcionários. Ofereceremos apoio a eles e trabalharemos muito próximos aos nossos clientes e parceiros à medida que descontinuamos as atividades no país”, explicou a empresa.

A holding lamentou o impacto que o encerramento das atividades teria na vida dessas pessoas e também agradeceu à equipe do WPP na Ucrânia, que demonstrou “coragem e resiliência extraordinárias” em face do ataque que a nação estava recebendo.

No mesmo dia do WPP, a Accenture também tomou a decisão de encerrar todas as atividades que mantinham na Rússia como uma resposta aos ataques realizados na Ucrânia. A companhia prometeu dar suporte financeiro aos 2 mil funcionários que perderam seus empregos e disse que destinaria US$ 5 milhões para apoiar organizações humanitárias que estavam auxiliando os refugiados das regiões de conflitos.

Nesta segunda-feira, 14, o Interpublic também comunicou o encerramento das atividades de MullenLowe, McCann, FCB e outras empresas na Rússia. O CEO da companhia, Phillippe Krakowsky, afirmou que a holding deixaria a país com capital suficiente para pagar aos funcionários por, no mínimo, seis meses. O Interpublic contava com 200 pessoas trabalhando na Rússia.

Por enquanto, a única das granes holdings de comunicação que não anunciou um posicionamento sobre a manutenção ou saída da Rússia foi o Omnicom. No país, a companhia possui escritórios da TBWA, DDB e OMD.

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