Virgin Galactic leva a melhor no primeiro round do marketing espacial

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Opinião

Virgin Galactic leva a melhor no primeiro round do marketing espacial

Sucesso do voo da nave VSS Unity inaugura o turismo espacial, novo segmento de negócios que já conta com três competidores


15 de julho de 2021 - 16h27

(Crédito: Reprodução)

Richard Branson, milionário britânico, dono do Grupo Virgin, inaugurou oficialmente na semana passada um novo setor de entretenimento: o turismo espacial. Ele foi o primeiro a viajar para o espaço em uma nave privada, a VSS Unity, com mais cinco pessoas a bordo, todos funcionários da sua empresa, a Virgin Galactic Holding Inc. Branson “disputava” com Jeff Bezos, milionário americano, dono da Amazon, e com Elon Musk, milionário sul-africano, dono da Tesla Motors, o pioneirismo desse novo tipo de negócio. Em termos de história e marketing, ser o primeiro faz muita diferença. Branson levou a melhor no primeiro round do recém-inaugurado marketing espacial.

Jeff Bezos foi pego de “surpresa” com o voo de Branson, que trabalhou com certa discrição a viagem inaugural de sua empresa espacial. Mas o dono da Amazon, a bordo da cápsula New Shepard, da Blue Origin, a sua empresa nesse novo ramo de negócios, promete responder à altura. Seu voo está marcado para o dia 20 de julho, em companhia de seu irmão Mark Bezos e de Wally Funk, uma senhora de 82 anos, que foi treinada pela Nasa para ser astronauta na década de 60 do século passado. Foi preterida porque é mulher. A quarta vaga já foi preenchida, porém o nome do passageiro ainda não foi revelado. Este último assento, vale frisar, foi leiloado e seu preço chegou a US$ 28 milhões.

Elon Musk, com a sua empresa Space X e suas naves Dragons Space X, pretende lançar os “seus serviços” ainda este ano e com diferenciais importantes em comparação ao oferecido por seus dois concorrentes. Ao contrário da VSS Unity, que chegou a 86 km de altitude, e da New Shepard, que chegará a 100 km, as cápsulas Dragons Space X querem permanecer orbitando por alguns dias. Vale esperar para conferir!

Parafraseando o astronauta Neil Armstrong, que ao pisar pela primeira vez na Lua e ser o primeiro homem a fazê-lo, em julho de 1969, proferiu a histórica frase “é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigante para a humanidade”, Branson poderia dizer que o seu voo pioneiro representa um pequeno passo para a iniciativa privada no espaço, mas um salto gigante para as possibilidades de negócios”. É possível arriscar que tanto Bezos como Musk concordariam com Branson se ele tivesse proferido tal frase. Afinal, dados relativos aos negócios, que se revelam no horizonte próximo, são muito promissores.

Na Virgin Galactic a fila de reservas chega a 600 pessoas, número expressivo sobretudo considerando o preço do ticket, que chega a US$ 250 mil por assento. A empresa, mais adiante, pretende fazer 400 voos por ano. Os planos de negócios da Blue Origin e da Space X também devem ser ambiciosos, por certo. Afinal, estes três empresários investiram pesado ao longo de muitos anos para abrir este novo mercado que promete gerar uma disputa bem interessante, além de somar muito dinheiro ao montante que os três já possuem.

A “corrida espacial”, que há tempos é disputada por estes três milionários, nada tem de excêntrica ou maluca. Ao contrário. Eles abriram um novo ramo de negócios, que se inicia com uma concorrência milionária. Devem atrair outros, que também devem investir pesado se quiserem alcançá-los.

É importante mencionar que boa parte dos investimentos dos três milionários foi amenizada pela experiência e conhecimento produzidos pelas agências espaciais ao longo de mais de 50 anos. Contudo, deve-se reconhecer os cuidados adotados pelo trio antes de abrir oficialmente as portas de suas “lojinhas” de venda de viagens espaciais. Inúmeros testes foram realizados e para provar a segurança dos produtos, os próprios donos fazem questão de participar dos serviços inaugurais. Querem mostrar que o produto é bom, seguro e que a experiência de viajar no espaço pode ser feita por qualquer um. Desde que “este um” tenha muito dinheiro, claro.

De qualquer forma, caberá aos especialistas neste novo tipo de marketing – eles sempre aparecem – criar estratégias para seduzi-lo e vender o produto. E quanto a este novo especialista, é bom que já vá se acostumando com novos termos técnicos, como órbita, espaço, atmosfera, ausência de gravidade, dentre outros que precisará saber para vencer neste nicho.

**Crédito da imagem de topo: piranka/iStock

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