A primeira vez do PerifaLions em Cannes

Thaís Monteiro
20 de junho de 2022 - 6h00

Pela primeira vez, desde a criação do projeto, em 2019, o PerifaLions, plataforma para dar visibilidade, conectar e inserir talentos das periferias no mercado publicitário, fundado por Letícia Rodrigues (FCB) e Irina Didier (BETC Havas), leva três talentos de periferia para Cannes, na França, para acompanhar o Cannes Lions através de um concurso criativo realizado pela iniciativa.

A intenção era levar em 2020. O concurso já tinha patrocinadores, mas a pandemia da Covid-19 impediu o festival de acontecer e os patrocinadores foram direcionados a outro projeto do PerifaLions, que foi a criação de uma plataforma de talentos com a proposta de conectar essas pessoas ao mercado, além de mentorias e workshops.

Este ano, o concurso não aconteceria, mas Simon Cook, CEO do Cannes Lions, soube da iniciativa e entrou em contato para ceder as entradas no festival de forma gratuita. Com esse incentivo, as fundadoras foram atrás de agências e anunciantes que pudessem contemplar o restante necessário para ter a viagem dos vencedores custeada.

A demanda foi grande e o projeto ampliou sua cota de patrocinadores de quatro para seis agências (Artplan, FCB, Gut, iDTBWA, Live e Agência Mangata), o que possibilitou a viagem de três e não dois talentos, como previsto originalmente.

Além da experiência, o PerifaLions providencia um intensivo de inglês para prepará-los e vagas de estágio ou cursos de profissionalização para aumentar a vantagem competitiva dos selecionados. Os candidatos tiveram que desenvolver uma campanha no formato Reels para divulgar a plataforma de talentos.

Os trabalhos foram julgados pelas agências patrocinadoras, terminando com a seleção de Bianca Nascimento, Daniel Magalhães e Jeniffer Landi. Eles terão a tarefa de cobrir o festival para as plataformas do PerifaLions. Os vencedores também colaboram para o blog Diário de Cannes, do Meio & Mensagem.

“Costumamos dizer que Cannes é a cereja do bolo dentro disso tudo. É uma metáfora de pertencimento. Ele é a representação máxima da nossa indústria e um espaço que eles nunca imaginam que podem estar, então, é lá que queremos levar e mostrar que eles podem não só estar ali, mas em qualquer lugar. É claro que nada disso faz sentido se eles não tiverem colocação no mercado. Aqui o importante é o conjunto das coisas. Cannes entra para ajudar na questão do pertencimento e autoestima, fazer com que eles se enxerguem nessa indústria”, diz Letícia Rodrigues.