A batalha entre criatividade e resultados
Não se trata de escolher entre criatividade ou resultados. Nesta batalha, um não pode prosperar sem o outro
Não se trata de escolher entre criatividade ou resultados. Nesta batalha, um não pode prosperar sem o outro
18 de junho de 2024 - 15h08
No primeiro dia do Cannes Lions 2024, muito do que já estamos acostumados a ouvir foi reforçado. No entanto, o que realmente me chamou a atenção foi a conexão de falas de três palestras e o eterno debate entre criatividade e resultados. Onde devemos focar? A resposta não é simples, mas tentei conectar as ideias.
Primeiro, a apresentação do McDonald’s, uma marca amplamente reconhecida por seu viés criativo. O destaque desta sessão foi ver o CFO, Ian Border, falando com propriedade sobre o valor da marca e a importância disso para o negócio. Um CFO discutindo a importância da criatividade e seu impacto nos resultados financeiros é algo que mostra a relevância do marketing para os negócios. Border explicou como a transparência e a confiança nas métricas permitiram que a criatividade florescesse na empresa. Ele afirmou: “Temos plena confiança nas medidas que utilizamos para avaliar os resultados, e isso nos permite apoiar plenamente as iniciativas criativas.”
Em seguida, a palestra da Dove destacou a consistência de uma campanha que já dura 20 anos: Beleza Real. Esta campanha, que continuamente se reinventa, tem gerado benefícios não apenas em termos de posicionamento de marca, mas, acima de tudo, na autoestima das pessoas. A disrupção de 20 anos atrás, ao fazer uma campanha com gente real e destacando a beleza de cada um, era algo inimaginável num mundo de padrões rígidos. Até hoje, essa campanha tem um papel social crucial, evoluindo e se adaptando à nova realidade das redes sociais. O resultado vai além do faturamento e market share, impactando positivamente a qualidade de vida e saúde mental das pessoas.
Por fim, a inspiradora fala do atleta paralímpico Dylan Alcott conectou brilhantemente a necessidade de representação de pessoas com deficiência (PCD) com o valor de mercado que elas representam. Alcott, que lançou a iniciativa Shift 20, enfatizou que a inclusão não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma grande oportunidade de negócios. “Somos consumidores como qualquer outro grupo. Ignorar-nos é ignorar 20% do mercado”, destacou Alcott.
Não se trata de escolher entre criatividade ou resultados. Nesta batalha, um não pode prosperar sem o outro. A criatividade impulsiona resultados e, ao mesmo tempo, resultados sólidos permitem que a criatividade continue a se desenvolver. Se ambos não fizerem sua parte, nenhum deles vence.
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