Criatividade pegando na veia
Uma das razões pelas quais nunca dei muita trela ao Cannes Lions era o fato de percebê-lo como um mero palco para premiação de peças publicitárias, ao invés de um festival de criatividade
Uma das razões pelas quais nunca dei muita trela ao Cannes Lions era o fato de percebê-lo como um mero palco para premiação de peças publicitárias, ao invés de um festival de criatividade
20 de junho de 2018 - 10h56
No ano passado, o Flavio Machado escreveu sobre o Cannes Lions ainda ser “um evento de e para publicitários” pontuado por uma escassez de conversas sobre criatividade e processos criativos. Pois sim: uma das razões pelas quais nunca dei muita trela ao Cannes Lions era o fato de percebê-lo como um mero palco para premiação de peças publicitárias, ao invés de um festival de criatividade.
Eis que ontem a noite, senhoras e senhores, os que foram ao inOut Art Exhibition da apArt aqui em Cannes, presenciaram o festejo da mais autêntica essência criativa – a arte. Sim, lá recebemos uma instigante injeção de criatividade na veia.
Para quem não conhece, a apArt* é uma intimista galeria de arte criada para estimular talentosos publicitários a mostrarem o seu trabalho artístico. Sim, afinal de contas, temos na arte uma forte fonte de inspiração; e para muitos, quando as luzes da agencia se apagam, a do atelier se acende.
Pois pronto: a noite de hoje foi uma grande aposta na riqueza de calibrar nossa criatividade via a expressão de diferentes essências artísticas. Um desbunde!
Para começo de conversa, a vernissage aconteceu do alto de uma cobertura com um por do sol que parecia uma pintura. E assim, a noite começou com um extasiante espetáculo de sapateado de Suzana Apelbaum, regada ao pandeiro do músico James Feeler; e fechou com uma emocionante performance do artista Leo Paixao. Enquanto isso na sala de justiça… inquietantes telas, fotografias e instalações populavam a sala do apartamento-galeria – Obras de Susan Credle e Alma Har’el, a Marcello Serpa e Fernando Machado.
Saí de lá inspirada (virada no cabelo do sapo), e com uma coceira para dar vazão a minha veia artística. Why not?!
Também comecei a matutar umas ideias… e cá venho plantar uma semente:
E se em cada agência houvesse um cantinho para servir como galeria de arte e marketplace? Sim, um espaço, uma estante, um canto que pudéssemos usar para expor nossa arte, inspirar um ao outro, e ate (porque não) vender nossa arte aos nossos apreciadores na agência. Afinal de contas, aprender a monetizar criatividade fortalece o nosso músculo empreendedor. E ademais, great creative work = a trabalho que toca, que conecta, que constrói. Uma arte sua, escolhida por mim para estar na minha parede, no meu torso, ou na minha mente, certamente me toca, nos conecta, e constrói.
E, por sinal, as obras a receber maior tração graduariam para exposição e venda no apArt :).
Que tal?
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