O verdadeiro heroísmo da criatividade está na paixão
Da Guerra nas Estrelas ao Palácio dos Festivais, os bastidores de como grandes ideias enfrentam desafios até virarem prêmio
O verdadeiro heroísmo da criatividade está na paixão
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16 de junho de 2025 - 14h58
Não é apenas sobre criatividade. Eu sempre fui um apaixonado por Star Wars , e no meu último aniversário, meu irmão me presenteou com um livro incrível sobre os bastidores dos primeiros três filmes da saga. O livro revela os desafios de criar algo tão visionário para o final dos anos 1970, quando a tecnologia era praticamente inexistente ou muito limitada.
George Lucas enfrentou problemas financeiros, críticas à ideia central do filme e até mesmo cortes de cenas exigidos pela Twentieth Century-Fox. Ele chegou a se isolar no interior na estreia do filme, convencido de que sua carreira havia acabado.
Essa história me lembra muito do mundo da publicidade. Quando olhamos para as campanhas premiadas em festivais como Cannes, tendemos a esquecer o quão árduo foi o caminho até lá. Não foi simplesmente uma ideia genial surgindo de repente; houve brigas, discussões, demissões e muitas incertezas ao longo do processo.
No final, celebramos essas conquistas, mas poucas pessoas sabem das dificuldades que precederam o sucesso. Quantas campanhas incríveis não foram reconhecidas porque a agência não inscreveu, o cliente não aprovou ou porque muitos disseram que “não tinha nada demais”?
Além da criatividade, há uma série de habilidades que um profissional precisa desenvolver: força de vontade, confiança, persistência e, acima de tudo, paixão. É essa paixão que nos move, mesmo quando o trabalho parece não recompensar todo o esforço investido.
Sempre gostei de analisar números, e em 2018 decidi fazer uma comparação entre a quantidade de pessoas e empresas envolvidas nos créditos dos principais prêmios do Festival de Cannes. Obviamente, os Leões de Ouro e Grand Prix tinham proporcionalmente um maior número de colaboradores na ficha técnica.
Acredito muito na figura do “guerreiro solitário”, mas nada se compara à força de um time bem estruturado, onde cada profissional traz expertise em áreas específicas: criativos, gerentes de conta, especialistas em mídia, PR, produtores, estrategistas, planejadores, programadores, editores, motion designers… A lista é extensa.
Na história dos bastidores de Star Wars, o time de tecnologia teve de inventar soluções inovadoras para gravar cenas próximas às maquetes e criar cenários pintados à mão.
A tecnologia e a criatividade sempre andaram de mãos dadas em Cannes. Sem essa parceria, nenhuma delas faria história. Para o segundo filme da saga, a Lucas Films descobriu a computação gráfica, e George Lucas disse que, ao conhecer essa tecnologia, sua mente começou a imaginar inúmeras possibilidades de criação — algo muito parecido com o que estamos vivendo hoje com a inteligência artificial (IA).
O mundo da publicidade não é só sobre criatividade. É também sobre pesquisa, parcerias, networking e, principalmente, paixão por essa profissão.
Como pode, então, a tecnologia servir melhor aos publicitários? Essa é a grande questão que devemos explorar para continuar escrevendo capítulos marcantes na história dessa indústria tão importante para o mundo.
Que a força esteja com você, jovem Jedi.
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