Quando os gigantes aprendem a dançar
Uma aula de criatividade, filosofia e reinvenção com Sir John Hegarty, direto do palco de Cannes
Uma aula de criatividade, filosofia e reinvenção com Sir John Hegarty, direto do palco de Cannes
16 de junho de 2025 - 13h11
Foi como assistir a um manifesto.
John Hegarty subiu ao palco de Cannes Lions 2025 com a leveza de quem viveu a história — e a coragem de quem ainda insiste em transformá-la. Com humor britânico e sabedoria acumulada, nos provocou a repensar tudo: da estrutura das empresas à forma como usamos a inteligência artificial.
Segundo ele, não vivemos uma simples revolução tecnológica, mas um momento comparável à invenção da imprensa por Gutenberg. E, diante disso, uma verdade incômoda: “tamanho não é mais vantagem; é inércia”.
Os gigantes, segundo Hegarty, não sabem dançar. Porque dançar exige leveza. Requer descentralização. E pressupõe que o poder suba da base — e não desça do topo.
A palestra foi um convite a resgatar o que nos move. Ele citou marcas como Patagonia, Apple, Airbnb. Todas elas nasceram de filosofias claras, de crenças fundadoras que guiam a criatividade e a inovação.
E lançou uma provocação: e se a IA permitisse que os fundadores nunca morressem? Que seus valores estivessem sempre vivos, incorporando novas realidades sem abandonar os princípios?
Para ele, a IA não é ferramenta. É colaboradora. Não substitui. Amplifica.
“Criatividade é o que nos resta. É o que nos diferencia. E cultura é o que sustenta tudo isso.”
Saí da palestra com a sensação de que estamos mesmo diante de uma nova era — e que ela exigirá mais alma, mais filosofia e mais coragem.
E como disse Hegarty: “O segredo para reinventar o sucesso é voltar ao que te construiu.”
Que saibamos dançar.
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