Relembrar o básico é mais difícil do que parece

19 de junho de 2024 - 10h57

Dois dias completos de Cannes, e muitos assuntos rondando as salas espalhadas pelo Palais, pelos hotéis e pelas ativações à beira mar. Tecnologias vêm e vão, formas de nos conectar com o consumidor podem mudar com o tempo, mas a base humana por trás de tudo ainda permanece igual. E nesse aspecto, relembrar alguns básicos nos ancora no que deveríamos estar olhando e trabalhando, em meio a tanta coisa acontecendo.

O papel da criatividade como grande conector, como disse Nick Law da Accenture Song, por exemplo, capaz de traduzir e unir aspectos que para muitos, ainda se sentam em lados opostos da mesa (como Branding e Performance), e a importância de trabalhar o entendimento e conhecimento das propostas de valor, afinal “quando o cliente entende o valor da marca, ela age”.

Já na palestra de Marc Pritchard, da P&G, e que confesso que sou fã, olhar o trivial pela ótica de momentos oportunos de conexão com criatividade, traz um papel diferente ao impacto que as marcas têm no nosso cotidiano. Repensar os momentos de interação, ressignificar o valor que ela agrega e com isso, ter um impacto positivo no ecossistema como um todo faz parte do papel das marcas. Emoção e entrega de produto podem sim andar lado a lado.

E quando pensamos no papel de quem orquestra tudo isso, pelo menos do lado de cá como cliente, os CMOs, o que mais ouvi foi empatia, coragem e curiosidade intelectual, centrando o marketing como acelerador de crescimento e estratégia, sendo um líder de negócios de forma ampla e profunda, e não apenas nos territórios pré-definidos. O papel do marketing a muito vem evoluindo dentro das empresas e cada vez mais ganha a cara e o formato central nas estratégias de crescimento e aceleração.

Tudo meio óbvio e fácil, mas é mais difícil do que parece….