Se passar da espuma, vai ver que o mar tem onda
Se a gente fugir da espuma, vai ver que a boa propaganda continua sendo a mesma que sempre nos moveu. Ela só está menos óbvia, mais diversa, tecnológica e divertida
Se passar da espuma, vai ver que o mar tem onda
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21 de junho de 2018 - 16h00
Na loucura do dia a dia, entre reuniões, calls, jobs, reviews e entre milhares de artigos e estudos que lemos, brotam inúmeros termos e “exigências” que formam uma grande espuma que faz com que o mundo da propaganda pareça bem mais complicado do que realmente é.
Data, blockchain, I.A., estratégias hackers e afins. A repetição destes termos e a valorização dos cases em que todas estas tecnologias ou perspectivas são empregadas geram uma confusão mental, como se para algo ser bom e relevante precisasse necessariamente passar por estas ferramentas.
Esses termos aparecem o tempo todo no schedule das palestras e dos debates de Cannes. Mas o legal de termos enviado pessoas da agência ao SXSW e a Cannes é escapar da espuma e mergulhar mais profundamente para ver o que está no fundo. E, em um resumo dos meus quatro dias em Cannes, posso dizer que no fundo, ou melhor, no centro de todos os grandes cases e palestras que vi até aqui estão AS PESSOAS.
Nos cases de Burguer King, na palestra “Transformation at speed” da RG/A (a melhor que assisti até agora!!), na análise artística, arquitetônica e perfeccionista que a Apple realiza para desenhar suas lojas, na forma como o Google redesenhou sua interface, em todos estes casos a busca foi a mesma: TOCAR AS PESSOAS.
Obviamente que em todas estas situações a análise de dados foi brutal. Toneladas de dados. Técnicos das mais variadas áreas envolvidos, mas tudo isso serviu para encontrar as melhores oportunidades de gerar EMOÇÃO.
Sendo um pouco mais pragmático e menos romântico (visto a quantidade de caps lock utilizadas), a constatação mais bacana que tiro é que em todos estes cases, agência e anunciante deram alguns passos para trás. Fizeram uma análise profunda de seus produtos. Viram como era a interação com as pessoas. Viram o que as pessoas estão pensando, sentindo, sobre os mais variados assuntos. Isso demanda tempo, grana e uma vontade genuína de fazer a diferença.
Se a gente fugir da espuma, vai ver que a boa propaganda continua sendo a mesma que sempre nos moveu. Ela só está menos óbvia, mais diversa, tecnológica e divertida.
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