Técnicas de comunicação na negociação de conflitos

Buscar
Publicidade

Evento ProXXIma

Técnicas de comunicação na negociação de conflitos

No primeiro dia de ProXXIma 2024, especialista em negociação Guilherme Miziara falou sobre o uso da comunicação para evitar confrontos nos negócios


4 de junho de 2024 - 12h24

O primeiro painel do palco principal do ProXXIma 2024, na manhã desta terça-feira, 4, abordou o impacto da comunicação eficaz nas negociações. Em uma realidade marcada por conflitos de opiniões rígidas, tanto no universo online quanto offline, a busca por acordos mutualmente vantajosos se torna ainda mais complexo.

PROXXIMA 2024 - Comunicação na resolução de conflitos

No primeiro dia do ProXXIma 2024, especialista em negociação Guilherme Miziara falou sobre comunicação na resolução e conflitos (Crédito: Eduardo Lopes/Imagens Paulista)

Para Guilherme Miziara, consultor e professor de negociação e gestão de conflitos na Fundação Dom Cabral, FGV e IBMEC, ainda que sejam necessários para a evolução humana, confrontos no âmbito dos negócios podem ser dirimidos a partir de técnicas de comunicação. “Muitas vezes, geramos conflitos sem perceber”, pontuou o especialista com 17 anos de experiência no tema.

O primeiro ponto indispensável para acordos de negócio é a confiança, cuja construção ocorre ao longo do tempo. Essa característica, segundo ele, é ainda mais potente tendo em vista o fato de que, “em um conflito, decisões são ligadas à parte emocional”. Nas relações, por exemplo, não adianta dominar o conteúdo sem construir relacionamento.

“A decisão está diretamente ligada à parte emocional. Precisamos dominar argumentos, mas também a emoção, porque ela inunda a ação nessa tomada de decisão. Então, como você compartilhar, como envolve as pessoas, vai definir os conflitos”, complementou.

Comunicação e conflito

Para uma boa negociação, vantajosa para todos os interessados, Miziara afirmou que é preciso haver o equilíbrio da influência. Em outras palavras, conteúdo e forma precisam estar em congruência. Se estiverem contrários, falou, “quem prevalece é a forma”, ou seja, a forma como as ideias e pontos são expostos.

Além disso, é necessário levar em consideração que “pessoas são diferentes”, logo, as percepções são diversas, o que também influenciar diretamente a resolução de conflitos. Nesse sentido, existem filtros de percepção, que incluem crenças e experiências.

“Compreender que há outros pontos de vistas é o início da sabedoria”, exemplificou o professor ao citar a frase do poeta escocês Thomas Campbell. “Em uma negociação, as pessoas têm posição e interesses por trás dessa posição. Assim, quanto mais eu entender esses interesses, mais chantes teremos de chegar a um acordo”, incluiu.

Por fim, o especialista ressaltou a importância de fugir da “maldição do conhecimento”, que é um grande problema no mundo corporativo. Isso significa que nem tudo o que é simples em uma empresa é amplamente conhecido por terceiros.

“Você pode trazer esses elementos desde que torce seus códigos acessíveis. A palavra é metade de quem a pronuncia e metade de quem a escuta”, comentou fazendo menção ao filósofo francês Michel Eyquem de Montaigne.

Publicidade

Compartilhe