Cenário do consumo pós-Pandemia e como sobreviver a ele

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Opinião

Cenário do consumo pós-Pandemia e como sobreviver a ele

Começa a haver indícios da retomada da economia, mas há importantes pontos de atenção para as empresas de serviços e varejo


26 de julho de 2021 - 17h00

Até hoje e ainda sem previsão de erradicação, a pandemia do coronavírus perdura trazendo suas consequências, no bolso e na mente do brasileiro, ditando uma nova realidade pautada pelo isolamento e pela incerteza, e criando um novo perfil de consumidor: mais ansioso, mais imediatista e que busca priorizar a satisfação pessoal.

Apesar da crise que se instalou na economia com a paralisação de grande parte das atividades comerciais, a vacinação vem trazer alento e um voto de esperança para a retomada da economia, que já começa a dar indícios com uma tímida melhora e com previsão positiva para os próximos anos. De qualquer maneira, suas circunstâncias acabaram refletindo muito no comportamento das pessoas, com tendências que vêm desenhando um cenário do consumo no pós-pandemia.

Relacionei algumas dessas tendências que observo como promissoras e importantes pontos de atenção para as empresas de serviços e varejo.

– Geração Hiperconectada

Antes da pandemia o consumo já estava concentrado, em grande parte, na chamada Geração C, ou Geração Conectada. Com todas as mudanças impostas na rotina, acelerando a digitalização generalizada, agora passamos para uma Geração de consumidores hiperconectados. Isso significa que as pessoas agora priorizam o digital como meio para consumir, se relacionar e se divertir.

Para as empresas, o impacto é na necessidade cada vez maior e mais urgente de recursos e ferramentas de apoio que possam mapear e fazer uma leitura inteligente do que se consome e o que se busca nesses dispositivos móveis, bem como a interpretação do peso das redes sociais e das tendências virais criadas nela, para a decisão de compra.

Outro ponto curioso são os 60+, faixa etária que foi destaque no aumento em compras online, cerca de 71% deles fizeram compras via smartphone em 2020, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Ainda de acordo com a pesquisa, 88% dessa faixa etária são os responsáveis pelo controle das finanças de suas famílias e são os decisores de compra. Ou seja, é preciso estar atento a este público que é novo para o online e focar em estratégias que abracem – ou até priorizem – este público poderoso.

Varejo e serviços devem estar atentos ao pós-pandemia (Créditos: Anna Shvets/Pexels)

– Priorização da saúde mental e satisfação pessoal

Se uma coisa foi repensada por muitos durante a pandemia, com certeza, foi a questão da saúde mental. Dados da pesquisa “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, feita pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), mostraram que 6 em cada 10 jovens relataram ter sentido ansiedade e feito uso exagerado de redes sociais durante a pandemia. Agora, eles dizem buscar priorizar a saúde mental e satisfação pessoal. Para o setor de consumo, isso se traduz numa maior busca por produtos e serviços focados no bem-estar, saúde e lazer.

No turismo, já se fala que viagens de negócios irão representar uma parte menor das vendas para companhias aéreas e que as viagens a lazer deverão ser o foco. O mesmo se aplica para os hábitos de consumo que já estão começando a ser mais pautados num estilo de vida mais saudável e sustentável.

– Responsabilidade Social e sustentabilidade pautando o consumo

Outro ponto a destacar é o olhar mais responsável que as pessoas passaram a ter sobre suas compras. Inúmeras pesquisas mostram que os consumidores atuais preferem empresas que possuem políticas de responsabilidade social, que apoiem ONGs e se preocupem com a sustentabilidade desde o processo de produção, prezando pela conduta das organizações na pandemia e em prol da sociedade no geral.

Um estudo do Capgemini Research Institute apontou que 79% dos consumidores dizem estar mudando as suas preferências de compra com base nesses critérios de responsabilidade social, inclusão e impacto ambiental das marcas. Assim, além dos consumidores, a pandemia também despertou nas próprias empresas essa consciência de entregar valores, entender seu papel na sociedade, reforçando o papel das empresas de atores sociais importantes.

– Consumo sem Rótulos

A diversidade vem sendo estampada cada dia mais nas marcas, os consumidores são mais exigentes e motivados a comprar produtos da forma que bem entenderem, de acordo com os próprios gostos, sem distinções por sexo por exemplo. Essa é uma tendência de mercado, que só vai crescer e aumentar, sendo essencial que as empresas tragam itens sem gênero e produtos abrangendo todos os tipos de públicos.

– Consumo inteligente visando mais benefícios e descontos

O consumo está mais inteligente, ou seja, as pessoas estão pesquisando mais na hora de comprar e estão dando prioridade para consumir onde elas têm mais benefícios de compras, como o Cashback, cupons de descontos, entre outros. Esses são recursos de fidelização de clientes, que passa a ser ainda mais essencial nessa nova era do consumo pós pandemia. Esse comportamento já vinha começando a ser mais comum no Brasil, mas, com a pandemia e a crise econômica, ganhou ainda mais força.

Empreendedores e empresários devem estar atentos aos programas de fidelidade, que oferecem esse tipo de atratividade para o seu negócio, auxiliando também na captação de novos clientes e no aumento sustentável das vendas. Essas ferramentas fornecem dados valiosos para o crescimento do negócio e para o planejamento estratégico da empresa.

– E-commerce Cross Border

Dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostram que 65% dos brasileiros estão comprando mais em sites e aplicativos estrangeiros. Isso se deve ao fato dos preços mais atrativos para o consumidor brasileiro, em sites da China, por exemplo, e o esforço que esses players internacionais estão fazendo em diminuir o tempo de entrega e os valores de frete.

Por isso é importante estar de olho nesta concorrência que vem ganhando cada vez mais espaço. Segundo a pesquisa feita em parceria com a OpinionBox, o tíquete médio das compras dos brasileiros em sites ou aplicativos estrangeiros foi de R$482,00, representando 7% a mais do que o valor registrado no e-commerce brasileiro. Apostar em ofertas especiais e isenção de frete para consumidores fidelizados, por exemplo, podem ser boas alternativas para não perder espaço e incentivar a recorrência de compra.

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