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Entre teclas brancas e pretas, uma aula de prioridades

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Diário de Cannes

Entre teclas brancas e pretas, uma aula de prioridades

Quando a história de um pianista chinês faz todo mundo repensar o objetivo de uma criação


22 de junho de 2017 - 8h30

Sempre acreditei que absolutamente tudo que a gente vê, vive e faz é combustível para a criatividade. Por isso, sempre que posso, vou atrás de palestras que não falem de publicidade, mas sim de outros assuntos que possam inspirar nosso dia-a-dia.

E mais uma grata surpresa vinda de um músico aconteceu por aqui. O chinês LangLang, mais conhecido como o maior pianista-fenômeno-celebridade do momento, contou um pouco sobre sua carreira no Talk Creative Inspiration from China.

Ele começou a tocar piano aos 2 anos de idade. Logo, aos 15, ele já tinha 13 anos de carreira. E foi aí que ele decidiu partir para a Philadelphia pra estudar música no Curtis Institute of Music.

Chegando lá, os professores que estavam diante desse gênio precoce musical, fizeram uma pergunta objetiva: o que você quer construir tocando piano?

Sem hesitar, ele respondeu: “I want to be famous!”. E foi contra argumentando esse sonho pueril que os professores começaram a lhe dar uma aula de vida:

Entre o seu dedo e a tecla do piano, rapazinho, só pode existir uma coisa: a música.”

Ter a música como o único objetivo. Nada além disso. Porque assim, todo o resto seria então consequência.

Transpondo esse pensamento para o nosso universo, pra mim ficou muito claro que entre nossos dedos e nossos teclados ou tablets só pode existir uma coisa também: o problema a ser resolvido.

Se a gente se esquecer que o nosso objetivo-fim é o de resolver os problemas de negócio de um cliente, partiremos da premissa errada, buscaremos um resultado que não é o dele, mas sim o nosso, ou o de nossa agência.

Parece meio clichê falar isso, mas eu acredito verdadeiramente na criatividade que resolve. Que move ponteiros. E se mover ponteiros para o cliente, todo o resto também será consequência.

Verbas maiores, confiança maior, relações mais profundas e claro um enorme reconhecimento do nosso trabalho.

LangLang se tornou famoso, sim. Ganhou muitos prêmios, virou até garoto-propaganda de um monte de marcas na China. Mas isso tudo só aconteceu porque ele focou em uma coisa só: na música.

Então, se um dia algo no seu trabalho estiver soando descompassado, volte pro objetivo-fim e se pergunte qual é o problema que você precisa resolver. Porque só dessa forma, agência e cliente vão ficando cada vez mais afinados.

E por consequência, cada vez mais preparados para o espetáculo. Preparados para o sucesso. 😉

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