Inteligência Artificial tem fome de que?

17 de junho de 2018 - 11h55

Chegou a hora de embarcar para Cannes. Oba! Baixei o aplicativo, passei por toda a agenda e imediatamente me deu faniquito FOMO :-O

Como resolver? O vício profissional se instalou e tive a ideia: “Fácil! Rodo uma análise de frequência de palavras para entender os temas prioritários”. Entendi? Sim. Decidi o que e quando ver? #sqn Mas pelo menos posso dizer que chego cheia de expectativas e perguntas a serem respondidas. A maior é a que intitula esse texto.

De toda a análise e codificação, fica patente o óbvio: o principal tema do festival continua sendo a criatividade. Dãnh! “Creativity” e variações aparecem mais de 50 vezes no título das conferências. Amém! o/

Porém, chamou atenção o que mais surge na sequência: Tecnologia. Ora chamada carinhosamente tech, ora machine, mas muitas vezes sob o acrônimo AI. Inteligência Artificial deverá estar presente na pauta de conversas por todo o balneário. Se juntarmos com o tema da eficiência, então… Vixe! Tome ROI, data-driven, data-lovers, science e indicadores de performance na agenda. Business na veia. Sinal dos tempos, afinal.

Juntado tudo isso, fica a pergunta: seria um paradoxo? Criatividade que, desde o Iluminismo, é vista como talvez a maior expressão de inteligência humana – genial, assim, natural, tipo raiz – cada vez mais alimentada por inteligência artificial? Onde residem as fronteiras?

A discussão do momento é se a Inteligência Artificial pode realmente ser criativa. Espero que Cannes Lions ajude a enriquecer este debate e a responder se “a inteligência artificial carece de artifícios e, portanto, de inteligência”, como queria Jean Baudrillard, ou não 😉

Se depender do analytics das mais de 200 conferências, o aspecto humano, com muito esforço, não aparece nem 15 vezes. Vamos torcer que seja só priorização no título mesmo. Porque a combinação promete! <3