Cannes
Análise: Creative eCommerce de olho no futuro
Diretora executiva de criação na BETC São Paulo, Andrea Siqueira avalia a categoria que tem apenas dois anos de festival
Análise: Creative eCommerce de olho no futuro
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Meio & Mensagem
21 de junho de 2019 - 12h24
Andrea Siqueira é diretora executiva de criação na BETC São Paulo e foi jurada de Creative eCommerce no Cannes Lions 2018
O GP de Creative eCommerce de 2019 é surpreendentemente um protótipo a ser lançado em 2020. Black Do é um cartão de crédito que limita suas compras não com base no seu saldo real, mas nas emissões de carbono que suas ações representam. Trará a bandeira Mastercard e fará um cálculo das suas emissões de carbono levando em conta a região em que você mora. O produto está sendo lançado por uma Fintech de Estocolmo, criada em 2018, e que conta com apenas sete funcionários no LinkedIn.
Ou seja, uma grande ideia, com propósito, porém, que poderia ter sido melhor premiada na categoria de Inovação (onde levou apenas bronze) e não ainda em Creative eCommerce. Um dos critérios que usamos no júri de 2018 (primeiro ano da categoria, Nick Law foi o presidente do nosso Júri) foi justamente a simplicidade da jornada do consumidor desde o encantamento até a compra final. Sob esse critério três grandes cases, na minha opinião, poderiam ter levado o Grand-Prix de 2019:
https://www.youtube.com/watch?v=Ug5k1j5CfM8
Whopper Detour, case que já levou até o momento 2 GPS (Direct e Mobile) e, pra mim, é o exemplo perfeito de jornada sem fricções, totalmente simples e divertida. Foi apenas prata.
https://www.youtube.com/watch?v=D6uuEQmn5vQ
“Hey Google, ask Nike” da RGA NY, combina o uso de tecnologia de voz com engajamento das redes sociais, algo que Nike sabe fazer como ninguém. Levou apenas prata também.
Air Max Graffiti Stores, da AKQA São Paulo, combina redes sociais e tecnologia de reconhecimento de imagem para vender pares de tênis usando os grafites da cidade. Grand-Prix em Media e o primeiro Leão brasileiro de eCommerce (ano passado tivemos apenas shortlists), esse trabalho merecia mais do que bronze.
A única certeza é que Cannes sempre surpreende. E a sala de júri é tensa e trabalhosa para o jurado. Quanto mais em uma categoria ainda pouco estabelecida e que precisa influenciar critérios e tendências para o futuro.
Black Do é uma causa, um propósito e, agora também, um Grand-Prix, com muito mais gente na ficha técnica do que número de funcionários no Linkedin.
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