Criatividade brasileira por trás do GP de Pharma
Diretor de criação da Area 23, Eduardo Tavares conta detalhes do case “Sick Beats”, que conquistou a premiação máxima da categoria
Criatividade brasileira por trás do GP de Pharma
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Renato Rogenski
23 de junho de 2021 - 8h30
Quem acompanha de perto o segmento publicitário sabe que o mercado brasileiro exporta talentos pelo mundo. Alguns deles estão nas fichas técnicas dos cases que ganharam Grand Prix no Cannes Lions deste ano, até o momento. O projeto “Sick Beats”, criado pela agência americana Area 23, para a marca Woojer, é um exemplo disso. A ideia do case consiste no uso de ondas sonoras para a criação de um aparelho que auxilia no tratamento de crianças com fibrose cística.
A produção é da curitibana Canja Áudio, em parceria com a Charles New York, a Mister Bronx New York, a The Embassy VFX Vancouver, e o Bandit Studio Brooklyn. Além disso, a campanha, condecorada com o GP de Pharma tem entre os brasileiros que participaram de sua construção Eduardo Tavares, SVP, creative director da Area 23. E é justamente ele quem explica alguns dos detalhes por trás do desenvolvimento do trabalho de comunicação na entrevista a seguir:
Meio & Mensagem – Qual sua participação na construção desse trabalho?
Eduardo Tavares – Em Sick Beats fomos responsáveis por criar todo visual e branding do projeto, passando pelo logo, design do packaging e do colete. Como creative director for craft and design da Area 23 eu e minha equipe, a Refinery, somos responsáveis pelo craft, direção de arte, design e produção de todas as ideias da agência. Ou seja, o craft de ponta a ponta, especialmente em um projeto dessa magnitude. Trabalhamos também na criação e acompanhamento da produção dos assets digitais, animações explanatórias para todos os vídeos, e branding dos letterings dos filmes. Por último, criamos todo o visual dos playlists do Spotify, assim como a produção das fotos das crianças usando o produto.
M&M – Quais são os pontos mais potentes desse case?
Eduardo – Para mim, o mais importante dessa campanha é que ela vai muito além da publicidade e cria uma solução para um problema real, do dia a dia, com o qual as crianças que têm essa doença sofrem diariamente. O fato de transformar a pior parte do dia de uma criança em uma das mais divertidas, é definitivamente mágico. Além disso, é um projeto totalmente 360. Parte de um design de produto, utiliza inteligência artificial e faz uso de uma plataforma de entretenimento conhecida no mundo todo. Tudo voltado para criar uma experiência imersiva que se encaixa em Health e Farma como uma luva. Tudo com uma visão muito humana e próxima.
M&M – O que esse trabalho de comunicação reflete para a indústria criativa?
Eduardo – Reflete o poder que as ideias inovadoras têm no mundo de hoje. Reflete um mundo infinito de possibilidades que temos ao nosso alcance. A possibilidade de se trabalhar com tantos diferentes pontos de contato com o consumidor para criar uma ideia humana e próxima com o objetivo de realmente melhorar vidas. Quando nossa indústria atinge esse tipo de meta, acho que é quando mostramos todo nosso valor para o mundo.
M&M – Quais são as curiosidades ou particularidades dele que pouca gente sabe?
Eduardo – Essa ideia levou cinco anos para finalmente ficar pronta e contou com o esforço de um verdadeiro batalhão para alcançar o nível em que chegou. E quase tivemos que trocar de nome por questões de “politicamente correto”. Felizmente conseguimos mantê-lo como deveria ser.
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