A criatividade como ponte para o que realmente transforma
Compartilho meu olhar sobre como Cannes pode nos inspirar a criar vínculos autênticos, fortalecer a inclusão e usar a tecnologia como aliada da criatividade humana
A criatividade como ponte para o que realmente transforma
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16 de junho de 2025 - 15h00
Estar em Cannes Lions é sempre um convite à reflexão. O festival, mais do que um palco para premiar ideias criativas, é um espaço para repensarmos o impacto que exercemos como marcas na sociedade.
Neste 2025, chego ao evento com expectativas claras e inquietações genuínas. Porque o que celebramos em Cannes diz muito sobre o tipo de indústria que estamos ajudando a construir — e o legado que pretendemos deixar.
Na Diageo, trabalhamos para criar momentos. Nossa indústria existe para viabilizar encontros, celebrações e histórias compartilhadas. Somos, antes de tudo, uma indústria do real.
Nada substitui o poder de um brinde, de uma mesa dividida com amigos, de um olhar trocado em meio à música. E essa essência se reflete na presença da própria Diageo no festival deste ano.
É nesse espírito que espero que o festival nos inspire: a entender como a tecnologia, o digital e as plataformas podem servir para ampliar a experiência do real, e não para substituí-la.
Essa perspectiva também guia meu olhar para os debates do Palais. Painéis como “The Power of Storytelling and Sports: Crafting Iconic Narratives”, com a All Elite Wrestling, e “Changing the Game: Building Brands in the Age of Experiences”, da AB InBev, prometem trazer discussões sobre como marcas criam experiências memoráveis e vínculos reais.
São exemplos que nos provocam a repensar a criatividade como um caminho para o encontro, para o pertencimento e para a construção de histórias que resistem ao tempo.
Outro tema que carrego como prioridade em Cannes é a diversidade, a equidade e a inclusão. Nos últimos anos, o festival se tornou uma plataforma relevante para amplificar vozes e provocar mudanças. Mas, ao olhar para a programação e para os cases mais destacados, confesso minha inquietação.
A jornada da inclusão ainda está no início — e justamente por isso é preocupante perceber que o tema parece estar perdendo força no centro das conversas mais estratégicas.
Por que estamos permitindo esse afastamento em um momento em que o impacto social da comunicação nunca foi tão necessário?
Minha expectativa é que iniciativas como o Glass: The Lion for Change, agora com um escopo ampliado para mais comunidades e marcadores de desigualdade, o ERA Programme e oficinas como “The DEI Challenge: Put your ideas to the test” nos ajudem a devolver protagonismo a essa agenda. Mais do que discursos e boas intenções, precisamos de ações concretas e compromissos reais. E Cannes deve ser um espaço para isso.
Por fim, acredito que Cannes 2025 será um palco essencial para discutirmos como a tecnologia pode — e deve — estar a serviço da criatividade humana.
Painéis como “Bringing Media and Creative closer together with AI” e “AI: Beyond the buzz, into the business”, além das sessões do Innovation Unwrapped e do Creativity Toolbox, apontam para um caminho em que a inteligência artificial e as novas plataformas podem ampliar a imaginação, dar escala às ideias e potencializar narrativas.
O desafio está em não deixar que a tecnologia substitua a sensibilidade, mas que seja ponte para experiências que emocionam e criam conexões genuínas.
Cannes Lions 2025 será, mais uma vez, um termômetro do presente e uma bússola para o futuro. Que possamos sair de lá não apenas com troféus, mas com mais compromisso com aquilo que realmente importa: conexões reais, inclusão verdadeira e criatividade com propósito. Porque, no fim do dia, é isso que nos torna relevantes como marcas e como indústria.
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