Errou na mosca
Quem vem para Cannes esperando fórmulas criativas prontas para solucionar todas as suas dúvidas, você pode se decepcionar bastante
Quem vem para Cannes esperando fórmulas criativas prontas para solucionar todas as suas dúvidas, você pode se decepcionar bastante
20 de junho de 2017 - 17h29
As palestras do festival são palco de grandes contrastes. E aí mesmo reside a sua graça.
Dividindo a atenção da plateia temos uma grande atriz, com dezenas de filmes aclamados em sua carreira, na poltrona ao lado, meio que desajeitada, uma YouTuber, com milhões de inscritos em seu canal, um verdadeiro fenômeno. Salta aos olhos a preparação da primeira: postura, jeito de falar, respiração. Ao mesmo tempo, a espontaneidade e velocidade da segunda conquista a todos.
Em outro momento especialistas em som desafiam todos a taparem os olhos e embarcarem em uma jornada para mostrar o quanto o som é fundamental para contar uma história. Logo em seguida vemos a turma da We Are Social apresentar dados que vão contra o som em alguns filmes.
Por último, em um painel incrível promovido pela Cheil que por si só já é um contraste enorme. Em um festival onde todos tentam parecer interessantes e descolados, eles resolveram falar sobre o tédio. Para isso, trouxeram um dos maiores produtores de televisão da Coreia que apresentou seu raciocínio para chegar em fórmulas de programas que apresentavam vidas cotidianas. Por exemplo: 3 meals a day, um programa aonde as pessoas passavam o dia em uma casa onde sua única obrigação era cozinhar 3 refeições ao dia. O resultado foi incrível. Tudo para mostrar que é possível tirar grandes ideias até mesmo de realidades entediantes.
Então, uma coisa que já aprendi sobre Cannes é que nada será instantâneo. Todo o conteúdo assistido aqui ainda vai levar um bom tempo para ser digerido.
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