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Cannes Lions

17 a 21 de junho de 2024 | Cannes - França
Diário de Cannes

Nós precisamos reinventar a roda

Saindo do clichê de falar e sentir que vivemos em uma era em que tudo muda muito rápido, “é perigoso e, preguiçoso”, do nosso lado, “não reinventar a roda”


22 de junho de 2024 - 13h04

A premiação desse ano acabou, mas o espírito de Cannes deve, e precisa ser levado por todos nós para o dia a dia. Foram inúmeras palestras, conversas, reuniões e trocas. Mas confesso que um dos meus momentos favoritos foi no silêncio, ao me perder descobrindo os trabalhos inscritos em salas multimídias gigantes. Entre telas, iPads e cartazes com os cases impressos, ver tantas ideias diferentes, especialmente as que tocam e provocam a sociedade, me fez guardar insights em inúmeras fotos no meu rolo de câmera.

Junto a elas peço licença para levar comigo também algumas frases dos apresentadores de quinta à noite, na entrega dos leões de Creative Effectiveness, Strategy e Innovation. Ao olharmos o festival com um olhar de “criatividade, e não um show de arte”, fica muito mais evidente “o papel do marketing como um investimento que precisa ser otimizado para gerar valor”.  Não é ser criativo por ser, ou fazer algo porque é legal, é ter propósito e impacto profundo no negócio, e no ambiente ao redor. Cases como o de Dove e o uso de IA na beleza, Philips e o lixo eletrônico, JBL e a inclusão de jogadores com deficiência visual em gaming, ou do SoundCare, que usa a tecnologia para ajudar na desaceleração do declínio cognitivo de pessoas da terceira idade no Japão. Todos centrados no core do negócio e com um impacto que transborda as salas de reunião.

Com isso, saindo do clichê de falar e sentir que vivemos em uma era em que tudo muda muito rápido, “é perigoso e, preguiçoso”, do nosso lado, “não reinventar a roda”. Isso poderia fazer sentido há muitos anos, e com certeza ajudou e acelerou o progresso que vivemos hoje, porém não repensar soluções e ações antigas para os problemas atuais não irá nos levar muito mais longe. Afinal, inovação é progresso e o que vimos nesses 5 dias nos mostra que há muito a ser feito.

E quando me perguntaram, logo no início da semana, se eu achava que o festival tinha evoluído e estava mais representativo, a resposta continua a mesma – ainda há muito o que fazer. O festival avança, mas a diversidade acontece na interseção de várias camadas, e não apenas no gênero. A evolução mesmo será quando não for preciso fazer mais essa pergunta.

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