Spoilers da Croisette: o que espero ver no Cannes Lions
O festival promete criatividade com propósito, tecnologia estratégica e mais vozes na conversa global sobre inovação e cultura.
Spoilers da Croisette: o que espero ver no Cannes Lions
BuscarO festival promete criatividade com propósito, tecnologia estratégica e mais vozes na conversa global sobre inovação e cultura.
12 de junho de 2025 - 18h46
Ir para Cannes este ano como Shortlisting Jury tem um gostinho especial. De um lado, já dá para sentir algumas tendências que devem se desenhar durante o Festival. De outro, enquanto navego pela programação de eventos e palestras, eu me pego pensando em quais são as minhas apostas para o que vamos encontrar por lá este ano.
Em 2024, 12% das inscrições usaram inteligência artificial. Espero um aumento considerável nessa porcentagem, e não falo só em IA generativa, mas IA sendo usada de forma estratégica, ajudando a construir campanhas mais relevantes e personalizadas.
Estou muito curiosa para ver aplicações completamente novas da IA e sentir o crescimento do seu impacto nas nossas vidas. Ao mesmo tempo, imagino (e torço para) que os debates sobre transparência e ética no uso da tecnologia ganhem ainda mais espaço. Vai ser interessante ver como as marcas estão lidando com essa dualidade.
Outro movimento que continua crescendo com tudo é a creator economy. Este ano, a categoria Social & Influencer Lions virou Social & Creator Lions. É uma mudança importante, que finalmente reconhece pessoas criadoras como protagonistas, e não apenas como uma “ferramenta”.
Quero ver como isso se traduz nas palestras e nos cases premiados – ao passo que, no Brasil, estamos discutindo como nunca a responsabilidade de creators. Será que esse debate vai aparecer por lá? Espero que sim.
Falando em consolidação, algumas tendências que devem aparecer ainda mais maduras em Cannes são:
Pharma também merece atenção. Aqui, não vemos apenas campanhas, mas inovações que empurram a indústria para frente: seja em produtos, serviços, experiências ou no impacto real para as pessoas. É um campo que tem mostrado cada vez mais criatividade com propósito e que muda os ponteiros.
E, claro, sigo na torcida por campanhas que nascem da cultura e fazem parte dela. Não aquelas que só pegam carona, mas as que, de fato, conversam com diferentes audiências e respeitam suas nuances para gerar negócios. Que sejam diversas, que escutem e que representem.
Por falar em representatividade, também devemos esperar um reflexo nas premiações da inclusão no júri, pela primeira vez, de representantes de países como Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Islândia e Mongólia. Isso vai, certamente, enriquecer o olhar sobre o que é criativo e relevante em diferentes contextos culturais. E as sessões sobre a globalização de marcas chinesas devem render boas discussões.
Em resumo: estou na torcida por um Cannes Lions que continue nos inspirando, provocando e trazendo mais inovações do que nunca e discussões relevantes (inclusive as difíceis), enquanto celebra ideias que fazem a diferença na cultura, nos negócios e na vida das pessoas.
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