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Spoilers da Croisette: o que espero ver no Cannes Lions

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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

Spoilers da Croisette: o que espero ver no Cannes Lions

O festival promete criatividade com propósito, tecnologia estratégica e mais vozes na conversa global sobre inovação e cultura.


12 de junho de 2025 - 18h46

Ir para Cannes este ano como Shortlisting Jury tem um gostinho especial. De um lado, já dá para sentir algumas tendências que devem se desenhar durante o Festival. De outro, enquanto navego pela programação de eventos e palestras, eu me pego pensando em quais são as minhas apostas para o que vamos encontrar por lá este ano.

Em 2024, 12% das inscrições usaram inteligência artificial. Espero um aumento considerável nessa porcentagem, e não falo só em IA generativa, mas IA sendo usada de forma estratégica, ajudando a construir campanhas mais relevantes e personalizadas.

Estou muito curiosa para ver aplicações completamente novas da IA e sentir o crescimento do seu impacto nas nossas vidas. Ao mesmo tempo, imagino (e torço para) que os debates sobre transparência e ética no uso da tecnologia ganhem ainda mais espaço. Vai ser interessante ver como as marcas estão lidando com essa dualidade.

Outro movimento que continua crescendo com tudo é a creator economy. Este ano, a categoria Social & Influencer Lions virou Social & Creator Lions. É uma mudança importante, que finalmente reconhece pessoas criadoras como protagonistas, e não apenas como uma “ferramenta”.

Quero ver como isso se traduz nas palestras e nos cases premiados – ao passo que, no Brasil, estamos discutindo como nunca a responsabilidade de creators. Será que esse debate vai aparecer por lá? Espero que sim.

Falando em consolidação, algumas tendências que devem aparecer ainda mais maduras em Cannes são:

  • a criatividade no B2B, que, desde o lançamento da categoria, vem atraindo cada vez mais concorrentes com ideias mais ousadas;
  • a categoria Luxury, que começou tímida, mas já promete trazer cases mais consistentes, já que essas “categorias novas” vão se tornando mais competitivas à medida que o mercado as enxerga como oportunidades e entende como explorá-las de forma criativa e relevante;
  • a mídia de varejo, impulsionada pela criação da nova subcategoria Retail Media, com mais cases mostrando como transformar canais de varejo em experiências e jornadas shoppables realmente inovadoras;
  • o humor, que se consolidou no ano passado e que voltou para ficar, já que muitos videocases em si, muitas vezes, já são peças de humor, uma delícia de assistir.

Pharma também merece atenção. Aqui, não vemos apenas campanhas, mas inovações que empurram a indústria para frente: seja em produtos, serviços, experiências ou no impacto real para as pessoas. É um campo que tem mostrado cada vez mais criatividade com propósito e que muda os ponteiros.

E, claro, sigo na torcida por campanhas que nascem da cultura e fazem parte dela. Não aquelas que só pegam carona, mas as que, de fato, conversam com diferentes audiências e respeitam suas nuances para gerar negócios. Que sejam diversas, que escutem e que representem.

Por falar em representatividade, também devemos esperar um reflexo nas premiações da inclusão no júri, pela primeira vez, de representantes de países como Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Islândia e Mongólia. Isso vai, certamente, enriquecer o olhar sobre o que é criativo e relevante em diferentes contextos culturais. E as sessões sobre a globalização de marcas chinesas devem render boas discussões.

Em resumo: estou na torcida por um Cannes Lions que continue nos inspirando, provocando e trazendo mais inovações do que nunca e discussões relevantes (inclusive as difíceis), enquanto celebra ideias que fazem a diferença na cultura, nos negócios e na vida das pessoas.

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