Viva Maria Ressa: Cannes Lionheart mexeu com meu coração
Ela deu um briefing aos seres humanos da economia criativa, mais conhecidos como você e eu
Viva Maria Ressa: Cannes Lionheart mexeu com meu coração
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23 de junho de 2024 - 11h30
Dizer que Maria Ressa é inspiradora seria no mínimo redundante. Mas não consegui deixar de dizer isso logo de começo.
Nobel da Paz em 2022 e Cannes Lionheart em 2024, Maria sobe ao palco do Palais à noite tomada pela emoção. Não pela honra do reconhecimento – ela é Nobel da Paz, pô – mas por uma intensa convicção de propósito. Maria Ressa não foi ali receber um troféu. Ela foi decidida a levar uma mensagem a um público que pode – e deve – contribuir com sua missão de vida: proteger a verdade, em forte ameaça hoje com uma bela ajuda das deep fakes (a evolução Pokémon das fake news), dos algoritmos das redes sociais e do sistema que alimentamos sem querer querendo.
Uma jornalista das Filipinas empresta sua voz ao mundo pra pedir ajuda a seus colegas da comunicação social: nós publicitários.
Enquanto Elon Musk vê um cenário 80% positivo para a IA, Maria vê o copo quase vazio. Jornalista comprometida com a verdade, custe o que custar, com uma fala sorridente mesmo quando diz estar acostumada a cyber ataques e até com prisões, como uma missionária dos primeiros anos DC, pela manhã Maria trouxe estatísticas de como a lógica dos algoritmos contribui para a desinformação, já que as novas gerações não se informam por jornais e sim pelas redes sociais, em que 57% dos conteúdos são de baixa qualidade, para não usar um termo chulo que nesse caso seria mais adequado.
O ponto é que o mercado criativo tem um grande poder nas mãos: as marcas. E assim uma grande responsabilidade, com diz todo filme do Homem-Aranha. Não tenho a pretensão de dizer que somos heróis de coisa alguma, mas temos influência em vozes potentes pelas narrativas que criamos e pela mídia que movimentamos. Estamos num ecossistema de produtores de conteúdo e de tecnologia. Temos algo conosco que precisa ser usado para além de nós mesmos. Como disse o presidente do júri de Sustainable Development Goals desse ano, Gustavo Lauria, pensem ideias pra mudar algo no mundo de verdade e não pra ganhar leões (mesmo que depois você vá lá e inscreva, tá tudo bem quanto a isso).
O Rynaldo Gondim, que conheci por conta do meu amigo Tércio Alves, do Copy Que Pariu, falou um dia desses em conversa com nosso time do Grupo Phocus no projeto Update, algo que tem tudo a ver com essa história: “a gente tá há décadas tendo ideias pra salvar o mundo e o mundo ainda não foi salvo”.
Precisamos fazer isso pelo motivo certo e de verdade. Chegou a hora.
Meu recado pra você que acha que é pequeno, que tem pouco nas mãos, é: partilhe seus cinco pães e dois peixinhos com o mundo por uma causa. Faz diferença.
O recado da Maria pra todos nós é o seguinte: faça algo de verdade. É tempo de agir.
Como a gente pode ajudar nesse caos da pós-verdade?
A Maria já deu o briefing. O job tá na nossa mão.
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