Assinar

Retrospectiva 2022: os fatos mais marcantes do ano

Buscar

Retrospectiva 2022: os fatos mais marcantes do ano

Buscar
Publicidade
Comunicação

Retrospectiva 2022: os fatos mais marcantes do ano

Novas configurações das agências, crise das big techs e entrada da publicidade no streaming estão entre os acontecimentos que mobilizaram a indústria de comunicação


22 de dezembro de 2022 - 6h00

(Crédito: Reprodução)

O fato mais interessante deste 2022, talvez, tenha sido a confirmação da esperada retomada: voltaram os eventos presenciais, festivais, shows, feiras, a presença maciça dos consumidores nas ruas e, por etapa, nas lojas e comércios.

Bom para a economia: o Banco Central ampliou de 2,7% para 2,9% a estimativa de crescimento econômico do Brasil para este ano. Para 2023, o cenário é mais modesto: a projeção de expansão do PIB é de 1%. Essas estimativas projetam que a desaceleração da atividade econômica se confirme neste quarto e último trimestre de 2022 e que continue durante 2023.

Entre os motivos estão o desaquecimento econômico global, alavancado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, e crises da cadeia de suprimentos, e, especificamente no Brasil, os impactos cumulativos da política monetária.

Na retrospectiva dos fatos mais marcantes do ano, selecionados editorialmente por Meio & Mensagem, estão assuntos que influenciaram os setores com desdobramentos nas faces de determinados segmentos como as novas configurações das agências, a crise global das big techs, a chegada da publicidade ao até então intocável streaming, a demissão em massa das startups e a dificuldade das plataformas em lidar com as fake news, como ficou comprovado nas eleições brasileiras.

Veja, abaixo, a lista dos 10 fatos mais importantes de 2022 para a indústria da comunicação, de acordo com Meio & Mensagem.

Engajamento da Copa do Mundo

Apesar das discussões e da eliminação do Brasil, a Copa bateu recordes em faturamento e alcance. Segundo a Fifa, foram US$ 7,5 bilhões arrecadados no ciclo 2019/2022. Todas as cotas de patrocínio foram negociadas, com marcas como Adidas, Coca-Cola, Wanda, Hyundai/Kia, Visa, QatarEnergy e Qatar Airways. Em termos de audiência no País, a transmissão de Brasil e Suíça, pelo streamer Casimiro, quebrou o recorde de live mais vista do mundo, com 4,9 milhões de conexões simultâneas. O streamer bateu seu próprio recorde, chegando a 6,2 milhões no jogo contra a Croácia que eliminou a seleção. Já a Globo impactou mais de 126 milhões de pessoas, em todas as plataformas, na primeira semana do torneio. A TV Globo teve a melhor audiência de uma estreia da seleção em Copas desde 2006, e a melhor audiência numa quinta-feira em 20 anos, e o Globoplay teve recorde de consumo num único dia, com 14 milhões de horas de streaming.

Agências e as novas configurações

O mercado de agências ganhou novas marcas, principalmente a partir de movimentações feitas por grupos multinacionais. Foi o caso do escritório paulistano da Droga5, agência da Accenture Song que iniciou atividades em fevereiro atendendo Netflix. Quatro meses depois, o Publicis Groupe lançou a Le Pub: inicialmente criada para atender a Heineken, em Amsterdã, a operação expandiu, atendendo clientes como Barilla e Diesel. Aqui, a agência também foi inaugurada com o intuito de atender a marca de bebidas, mas a intenção é ampliar. No final de abril, Hugo Rodrigues e IPG, dono do McCann Worldgroup, lançaram a Aldeiah para cuidar exclusivamente da comunicação institucional de Bradesco (que encerrara a parceria com Publicis Brasil um mês antes). Já em outubro, Omnicom, Marcio Santoro e Sergio Gordilho lançaram a Asia, spin-off da Africa para atender a Great Wall Motor (GWM), fabricante de automóveis chinesa.

Em xeque, big techs promovem layoffs

A crise econômica após os períodos mais críticos da pandemia de Covid-19 veio em formato de inflação, alta na taxa de juros e complicações na cadeia de suprimentos, além da crise energética pela Guerra entre Rússia e Ucrânia. Neste contexto, as empresas de tecnologia registraram queda com a volta do convívio social. O isolamento fez com que a receita e lucro delas crescessem pelo incremento do uso e consequente aumento do investimento publicitário. No cenário híbrido, os números não se mantiveram e os efeitos foram explicitados numa série de layoffs, termo usado para demissão em massa. Levantamento do Crunchbase indica que o setor demitiu 52 mil pessoas em 2022. Meta, Twitter, Netflix, Amazon e Microsoft demitiram. Essas empresas também passam por desvalorização: Meta (-71%), Netflix (-50%), Tesla (-44%), Alphabet (-36%), Amazon (-34%), Microsoft (-32%) e Apple (-20%). Outras, como o TikTok, reduziram as previsões de lucro.

Streaming com publicidade

Em abril, a Netflix revelou a intenção de criar um plano de assinatura mais barato, com a inclusão de publicidade. A ideia veio à tona após os resultados do primeiro trimestre de 2022, que revelaram a perda de 200 mil assinantes — primeira perda de clientes em mais de uma década. No Brasil, o plano com publicidade foi lançado em 3 de novembro, pelo valor de R$ 18,90. Nos Estados Unidos, a nova assinatura custa US$ 6,99. Seguindo os passos da Netflix, o Disney+ lançou a sua versão com anúncios em 8 de dezembro nos EUA. A empresa dona do streaming revelou que mais de cem anunciantes teriam adquirido inventário para o lançamento. Entre as marcas estão Google, Verizon, Walmart, Procter & Gamble e Nintendo. Assim como a Netflix, o Disney+ não veiculará publicidade em perfis infantis e conteúdo pré-escolar. O plano com publicidade da Disney também não permitirá anúncios de marcas de bebidas alcoólicas ou campanhas políticas.

Retomada dos investimentos

Embora a vacinação tenha avançado no Brasil em 2021, foi neste ano que as atividades econômicas puderam retomar patamares de normalidade, gerando impactos positivos na compra de mídia. Dados do Cenp-Meios mostram que, até setembro, as agências reportaram investimento maior, por parte das marcas, em compra de mídia nos veículos, de forma geral, com destaque para internet, OOH e TV paga, que tiveram incremento de participação do mercado na comparação com o ano anterior. Embora tenha movimentado uma quantia ligeiramente inferior do que em 2021, a TV aberta ainda mostra força pelas negociações de grandes pacotes, como o do Futebol e da Copa do Mundo, da Globo, e o bom desempenho comercial de realities, como BBB, MasterChef (Band) e A Fazenda (Record). O cinema, após amargar um período árduo de escassez na pandemia, voltou a ganhar a atenção do público e recuperar o share que mantinha antes da Covid-19.

Presencial em transição

Depois do cancelamento das edições presenciais em 2020 e da realização híbrida em 2021, os eventos voltaram a acontecer in loco. Ainda o Web Summit, em Lisboa, tenha realizado edição presencial no final do ano passado, foi com o Mobile World Congress, e com o South by Southwest, que ocorreram em fevereiro e março, respectivamente, que a indústria de todo o mundo voltou a se reunir. O Cannes Lions, celebração mais emblemática da indústria, voltou a ser realizada após dois anos. A percepção de boa parte de profissionais que lá estiveram, porém, foi a de que este foi um ano de transição — tanto para os negócios, quanto para as pessoas. Situação parecida ocorreu com o entretenimento: voltaram a acontecer as edições de festivais significativos para público e marcas, como o Lollapalooza e o Rock in Rio. Em meio aos dois festivais veteranos, outras iniciativas fizeram sua estreia, como o nacional Mita e o espanhol Primavera Sound.

Pantanal: o encanto do remake

Uma trama de 32 anos, cujos personagens e enredos não eram segredo para a geração mais antiga, foi a responsável pela maior repercussão na dramaturgia televisiva nos últimos anos. Para a empreitada de Pantanal, a Globo fez o maior investimento em marketing para uma novela, com ampla divulgação do elenco e da trama em praticamente toda a grade de programação. Ao longo de 167 capítulos, não apenas os espectadores, como mais de uma dezena de marcas, se renderam aos personagens, bordões e paisagens da saga pantaneira, entre elas Casas Bahia, Coca-Cola, Itaipava, Vivo, Banco BV, Dove e Rexona. Com bons índices de audiência, Pantanal valorizou o gênero entre o público brasileiro, abrindo oportunidade para o experimento do formato em outras janelas, como Todas as Flores, lançada no Globoplay. A HBO também estruturou um núcleo de produção com a proposta de tornar as novelas um elemento importante de sua plataforma de streaming.

Patagonia se abre para o propósito

A Patagonia surgiu em 1973 com a missão de mudar a forma como os negócios eram feitos, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente. Reforçando o compromisso com a agenda ESG, a empresa ditou um novo rumo para as discussões sobre marcas com propósito. Em setembro, a família Chourinard, fundadora da marca de vestuário, anunciou a decisão de transferir 100% do capital votante da empresa para o Patagonia Purpose Trust, fundo criado para proteger os valores da empresa, e 100% das ações sem direito a voto para o Hold Fast Collective, organização sem fins lucrativos dedicada a combater a crise ambiental e defender a natureza. A cada ano, o total da receita gerada pela empresa, após o reinvestimento no negócio, será distribuído como dividendo para ajudar a combater a crise climática. Com repercussão internacional, a decisão endossa a proposta de um novo modelo de capitalismo que coloca o propósito à frente do lucro.

Demissões em massa nas startups

Em abril, a notícia sobre demissões no QuintoAndar gerou discussão. Nas redes sociais, os usuários questionavam o fato de meses antes a companhia ter patrocinado o BBB. Em comunicado, o QuintoAndar afirmou que as demissões geraram redução de 4% da equipe. Dois meses depois, a empresa de análise Empiricus demitiu 12% do quadro, número que pode representar mais de 70 profissionais. No mês seguinte, foi a vez da plataforma de compra e venda de imóveis Loft reduzir 12% do seu quadro. Ebanx, Kavak, Facily, Vtex, Favo e Liv Up somam-se a essa lista. O fator comum nos cortes é um novo ciclo econômico. Com o fim dos estímulos monetários e a guerra na Ucrânia, o aumento da inflação e as pressões na cadeia de suprimentos, a economia esfriou. Com recursos escassos, a estratégia de crescimento acelerado se torna mais difícil. Dessa forma, elas foram cobradas a comprovar sua lucratividade e gestão eficiente do uso de caixa.

Fake News: a batalha continua

Combater notícias falsas e sua acelerada capacidade de disseminação foi uma batalha longe de estar vencida em 2022. O ano começou com o tema no centro das discussões da Câmara dos Deputados, com o projeto de Lei 2630/20, o PL das Fake News, que chegou a dividir o mercado, deixando entidade e players de tecnologia na oposição ao texto, que previa medidas mais rígidas para a circulação de informações no ambiente digital. O texto foi modificado e chegou a ser aceito por IAB, Cenp e outras entidades da indústria. Aprovado na Câmara, o PL acabou atropelado pelo período eleitoral e ainda aguarda votação no Senado. As eleições, inclusive, geraram inédita mobilização das plataformas de tecnologia, que assinaram pacto com o TSE pro metendo combater a disseminação de notícias falsas. O acordo, contudo, não foi suficiente para neutralizar a propagação de conteúdo inverídico, que ainda têm nas redes sociais seu principal terreno.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Selton Mello é o novo embaixador de Lacta

    Selton Mello é o novo embaixador de Lacta

    Campanha assinada pela David apresenta o ator, que teve destaque internacional nos últimos tempos, como o garoto propaganda da marca para o ano

  • Tommy Hilfiger será patrocinadora do filme F1, da Apple Films

    Tommy Hilfiger será patrocinadora do filme F1, da Apple Films

    Marca entra como patrocinadora da equipe fictícia APXGP no filme da Apple, que estreia em junho