26 de junho de 2021 - 11h46
No ano da pandemia, vimos Cannes externando sentimentos e preocupações de senso coletivo.
Vamos começar esse último texto concordando que não há pontos positivos ou ganhos em uma pandemia, mas eu vejo que o isolamento nos trouxe um olhar forçado para dentro de nós mesmos e nos impactos do mundo. Tardiamente.
Entender que pautas sociais são coletivos de valorização do indivíduo, é o que faz cases como o “Eu Sou” (VMLY&R), levar a conversa de nomes sociais para além dos copos personalizados da Starbucks e chegando à documentação oficial das identidades de pessoas trans. Nesse mesmo caminho, a evolução da segunda edição de “HerShe” (BETC), traz visibilidade e amplitude para mulheres-artistas na cena do hip hop, priorizando o que importa: nossas potências e multiplicidades.
Pensando mais ainda – se é que é possível – na pandemia, vemos conversas sobre impactos ambientais, aquelas que já existiam bem antes de tudo, tomarem proporções ainda maiores e pegando carona na cadeira gamer, por um propósito muito maior, como vemos em “Endangered Streamers” (VMLY&R).
Narrado pela voz da Geração Z, no brilhante filme “Cidade Inerte” (Wunderman Thompson), vimos que São Paulo não parou (ainda), mas estamos vivendo em tempo real, os impactos da irresponsabilidade ambiental, na espera do céu clarear novamente. Criolo bem que avisou em Boca de Lobo e em Chuva Ácida.
Pra fechar o saldo de Cannes, todas as homenagens aos médicos não serão suficientes, mas Dove soube bem como representar com “Courage”(Ogilvy). E embalados por Edith Piaf, “Crocodile Inside” (BETC) ilustra a todos nós cercados de nossas próprias paredes e conflitos internos. Realmente, a vida pode ser um belo esporte.
Até a próxima 🙂
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