Quando o assunto é social, senti falta de mais

21 de junho de 2024 - 13h49

Esses dias aqui em Cannes foram bem intensos! Muitos encontros legais, muito conteúdo interessante. Mas confesso que fiquei um pouco decepcionado com a falta de protagonismo do social nos cases. Senti falta de ver mais provocação e inovação em conteúdo para redes sociais, ver aqui o que tenho acompanhado sobre a evolução da disciplina ao redor do mundo. Mas infelizmente, o que mais vi foram estratégias criativas mais básicas como: “use os influenciadores de um jeito legítimo” ou “social é importante para que a marca crie comunidade”. Bom, isso é a base de qualquer trabalho. Mas e o que mais?

Esse foco nos formatos mais tradicionais é inteligível até certo ponto. Mas isso só fomenta a morosidade do processo para que seja dado o devido protagonismo às estratégias que fizeram as conversas sobre as campanhas ganharem a internet. Mesmo no caso do premiadíssimo CeraVe, por exemplo, em que conseguimos ver a veia pulsante de social na origem, rola um certo protagonismo dos formatos mais tradicionais nos papos sobre o case. Por quê? É preciso que se tire essa parte do trabalho que é tão viva e que precisa de habilidades criativas tão específicas, do lugar tático em que sempre é colocada: o de desdobramento e/ou de amplificação. Cannes precisa ser palco do que deve nos inspirar e nos mostrar caminhos que ainda não percorremos.

A boa notícia é: sinto que no Brasil estamos avançando mais rapidamente e isso dá até um quentinho no coração. Deve ser porque criar para destacar marcas na internet brasileira não é nada fácil. Espero que no ano que vem possamos ver e trazer mais conhecimento sobre a complexidade que é criar conversas para marcas em um ambiente tão vivo e que pede tanto de nós.