Nosso maior superpoder é o toque humano
Em Cannes, a Apple lembra: mesmo na era da IA, é o humano que conecta.
Em Cannes, a Apple lembra: mesmo na era da IA, é o humano que conecta.
18 de junho de 2025 - 14h01
Quando o vice-presidente de marketing e comunicações da Apple, uma big tech que vive de tecnologia, sobe ao palco do maior festival de inovação do mundo para afirmar que nosso maior superpoder é o toque humano, vale a pena prestar atenção ao recado por trás dessa frase.
Ele reforça que a criatividade humana continua sendo o diferencial mais poderoso para construir conexões genuínas entre marcas e pessoas.
Tor Myhren abriu o Cannes Lion 2025 representando a Apple, que foi reconhecida pela segunda vez como Creative Marketer of the Year.
O prêmio celebra a consistência da marca em entregar campanhas de marketing inovadoras, que engajam e criam conexões emocionais com os consumidores.
O festival também destacou o compromisso da Apple de integrar criatividade à cultura corporativa e sua capacidade de criar conteúdos que se conectam emocionalmente com as pessoas.
A fala de Myhren ecoa em um momento em que muitos acreditam que a inteligência artificial generativa pode substituir processos criativos, quando, na verdade, ela deveria ampliar o potencial criativo humano.
O exemplo mais emblemático é o da premiada campanha “Shot on iPhone”, criada em 2014 para promover as capacidades fotográficas do smartphone, convidando usuários comuns a tirar fotos e vídeos com suas câmeras.
Hoje, a campanha evoluiu para uma plataforma global que inspira fotógrafos e cineastas profissionais a contar histórias que emocionam pessoas ao redor do mundo.
Outro ponto alto da apresentação foi a história que Myhren contou envolvendo o próprio pai. Em uma viagem à Califórnia, ele esqueceu seus aparelhos auditivos, e acabou usando os AirPods do filho como substitutos.
A surpresa? Funcionaram tão bem quanto os originais e, claro, com muito mais estilo! Aos 88 anos, aquela situação inusitada revelou o potencial de uma inovação capaz de beneficiar até 1,5 bilhão de pessoas no mundo. O filme da campanha gerou mais de 51 milhões de visualizações no YouTube.
A pergunta que fica é: será que a inteligência artificial teria tido essa sacada?
O pano de fundo desses dois cases mostra que o que realmente move ideias memoráveis é a capacidade humana de observar, sentir e traduzir experiências reais em soluções que tocam as pessoas.
Uma criação que nasce da escuta ativa, da percepção dos movimentos sociais e da ousadia de investir em ideias que contam boas histórias. E é isso que cria conexão genuína com as pessoas.
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