A nova era dos creators CEOs
Influenciadores lideram negócios, ditam estratégias e transformam influência em ativos de mercado
Influenciadores lideram negócios, ditam estratégias e transformam influência em ativos de mercado
20 de junho de 2025 - 13h53
Desde que surgiu, a creator economy seguiu um modelo bem definido: marcas contratavam influenciadores digitais e criadores de conteúdo para construir comunidades e engajar seus públicos em plataformas digitais.
Nesse formato, a estratégia é conduzida pelas marcas, com acordos firmados diretamente com o creator, ou por meio de seus empresários.
A cada ano, a creator economy vem ganhando mais espaço na programação do Cannes Lion. Por isso, nas minhas pesquisas sobre os temas de interesse deste ano, uma palestra em especial me chamou a atenção e me levou à Rotonde Stage na tarde de segunda-feira.
A sessão How Creators Entrepreneurism is Reshaping Business? jogou luz sobre o que promete ser o próximo capítulo da creator economy, a era em que os criadores viram CEOs de seus próprios negócios.
O painel foi conduzido por Colin Rosenblum e Samir Chaudry, criadores do The Colin and Samir Show, programa do YouTube que entrevista os principais nomes da indústria de creators, e contou com a presença de Raina Penchansky, cofundadora e CEO da UTA Creators, que representa e apoia influenciadores digitais e marcas relacionadas à creator economy.
Durante a conversa, ficou claro que os creators não querem mais apenas ocupar o papel de porta-voz de uma marca. À medida que dominam múltiplas plataformas, eles expandem sua presença em novas mídias e se tornam cada vez mais protagonistas dos seus negócios.
Nessa nova era, eles saem da posição de ‘contratados’ para a de contratantes das marcas, uma inversão de papéis que promete ser no mínimo interessante de acompanhar!
À frente do seu próprio negócio, o creator busca parcerias com marcas tradicionais para reinventar a forma como ela se relacionam com suas comunidades. Agora ele lidera a estratégia, seja criando produtos, seja transformando influência em negócio.
Essa movimentação faz sentido diante dos números. Um relatório da Deloitte estimou o valor da creator economy em US$ 250 bilhões em 2023, com projeções da Goldman Sachs indicando que pode chegar a US$ 480 bilhões até 2027.
No Brasil, um relatório da Opinion Box em parceria com a Influency.me mostrou que 69% dos entrevistados afirmam já ter comprado algo após recomendação de um influenciador. E mais, 48% disseram que já tinham a intenção de comprar o produto ou serviço, mas o aval do influenciador foi o fator decisivo.
Com 10,5 milhões de influenciadores no Instagram, segundo a Nielsen, o país lidera o ranking global na plataforma.
Em um cenário onde comunidades são ativos valiosos das marcas e confiança e reputação geram negócios, os creators se preparam para assumir a liderança desse jogo.
Sigo acompanhando os próximos capítulos, com a sensação de que o mercado viverá grandes transformações nos próximos anos!
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