Print é tudo fanstasma and I don’t give a FCK
Quando eu chego em Cannes, uma das coisas que mais me dá prazer, é gastar algumas horas passeando pelo shortlist de print, sem pensar em tecnologia
Print é tudo fanstasma and I don’t give a FCK
BuscarQuando eu chego em Cannes, uma das coisas que mais me dá prazer, é gastar algumas horas passeando pelo shortlist de print, sem pensar em tecnologia
20 de junho de 2018 - 18h24
Comecei como redator fazendo coisas que os redatores faziam nos anos 90. Mas logo mergulhei no mundo digital e desde então isso me persegue. Fck! Faz mais de 20 anos!
Passo grande parte da minha vida tentando prestar atenção e aprender alguma coisa sobre as transformações da tecnologia. É sensacional, mas exaustivo. Então, quando eu chego em Cannes, uma das coisas que mais me dá prazer, é gastar algumas horas passeando pelo shortlist de print, sem pensar em tecnologia, sem pensar em como aquilo que eu estou vendo vai mudar a vida de alguém para sempre, sem pensar em como aquele anúncio vai transformar a indústria.
Se você está pensando que isso significa algum tipo de crítica ou menosprezo pela categoria, esquece: é exatamente o contrário. O print, como forma de expressar uma ideia de marca, continua brilhando como sempre. Eu sou um entusiasta da simplicidade, do impacto e da velocidade do print. É óbvio que os meios impressos não têm mais o papel que tinham antigamente, mas ainda assim, muita ideia gigante começa com um pensamento de print.
De qualquer forma, essa defesa do print é mais um pretexto mesmo. A verdade é que passar umas horas vendo o shortlist de print é uma experiência deliciosa. Alguns exemplos que me encantaram, por diversos motivos.
Vou começar pela campanha de Kiwi, em reverência aos artesões da palavra que puseram essa campanha de pé. Achei sensacional. O visual, completamente sem pretensão e ao mesmo tempo iconográfico, é perfeito para destacar o conteúdo a respeito dessas figuras históricas que representam os valores da marca e seus consumidores.
Outra que me chamou a atenção foi essa campanha japonesa para… um campeonato de sumô estudantil! Não entendi nada. Tive que pesquisar na Internet para saber do que se tratava. Faz lembrar da época em que o festival era recheado de novidades que só se viam por aqui.
Outra coisa legal do print são as marcas que são quase uma categoria em si. Como Lego e Havaianas. Todo ano tem. Raramente tem alguma novidade de fato. Mas toda vez é encantador ver até onde as agências conseguem levar os mesmos conceitos para um novo patamar. Dá para comparar com os artistas plásticos, tipo Monet. Muitas coisas se parecem, mas a criatividade está na sutileza das diferenças.
Como não se emocionar com essa campanha do Greenpeace?
E o paradoxo da campanha do site de notícias Dos Miradas, fazendo um anúncio de jornal? Excelente ver o Trump atrás do microfone fazendo o papel que todo mundo acha que ele faz tão bem. Novo, não é. Mas é bom de ver.
Teve essa campanha da Associação de Floristas da Espanha. Nossas flores não foram feitas para pedir desculpas. Dá pra não concordar? E essa foto? Achei isso muito bom.
O Hegarty criticou as coisas de print, dizendo que a maior parte é fantasma. Tudo bem, ele é o Hegarty. I don’t give a FCK! Assim como pessoal o KFC.
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