Pilha no Brinquedo #23: Que história ando contando? >...

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17 de julho de 2024 - 8h00

Precisamos mudar as histórias que contamos para a nossa mente – só assim vamos mudar hábitos. Ouvi essa frase numa palestra com o Dr Riane, da Alta, e fiquei bastante impactada. Que história ando contando para mim mesma? E quais as consequências disso?

Não é de hoje que sabemos que as correlações entre mente e corpo são expressivas. Mas o ponto é que são mais intensas principalmente quando não estamos cuidando da nossa saúde mental. Sabe aquele banho demorado no final do dia? Estamos lavando a mente e a alma, além do corpo? Nem sempre.

Segundo a Renata Rivetti da Reconnect, “a gente não foi programado para ser feliz, fomos programados para sobreviver”. A famosa lei da selva. Alguma identificação? Para mim, muito pertinente a colocação. Alguns estudos recentes já conectam as duas pontas: o nosso corpo inflama a partir do que sente algo desafiador, ou que pode afetar a nossa saúde mental. Existe uma adaptação sistêmica, uma remodelação neural, para proteger a degeneração e diminuir a sobrecarga. Não precisa ser médico, psicólogo ou cientista para perceber que tem um fundo de verdade.

De acordo com Martin Seligmann, um dos ícones da psicologia positiva, há uma conexão entre fatores fundamentais para conseguirmos ter uma vida plena. O acrônimo PERMA-H, traduz o conceito apresentado por ele. P (emoções Positivas), E (Engajamento), R (Relacionamento), M (Meaning = significado), A (accomplishment = realização), H (health).

Uma abordagem focada no bem-estar e na felicidade, em que o link entre as emoções positivas, prazer, envolvimento e significado, é que movem o ponteiro.

A questão é que fazer acontecer não é tão simples assim, pois há implicações em várias áreas da nossa vida. No entanto, não é utópico. Num suspiro de esperança, vejo algumas escolas com um olhar mais holístico, voltadas ao desenvolvimento integral e softskills. Algumas empresas numa preocupação como clima organizacional e tolerância ao erro. Obviamente, o esforço conjunto é um catalisar da ativação da função cognitiva, da aceleração do autoconhecimento e disciplina.

Mas vale também uma abordagem individual sistemática na gestão do stress e práticas de mindfulness e meditação, para regularizar a nossa dinâmica interna. Ou até perguntar a si mesmo coisas simples para acionar os “fatores higiênicos”: qual o meu ritmo ideal? o que me faz pulsar? o que me emociona, me engaja? como eu me enxergo? quais as relações que me nutrem? o que eu faço só para e por mim? sei pedir ajuda? tenho uma rede de apoio? Uma abordagem baseada na ideia de que a felicidade pode ser cultivada através de boas práticas e hábitos de mais gratidão, resiliência emocional e menos julgamento.

Também um convite para redesenharmos o tempo, ou melhor nossa ansiedade com relação a ele. Independentemente da religião, você já deve ter ouvido que até “Deus” descansou no sétimo dia. Não é uma pausa, é uma escolha, uma nova história a ser contata a nós mesmos.

Quer saber mais?

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7147972/ https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/what-is-inflammation-and-why-is-it-dangerous

https://www.psychologytoday.com/us/blog/expressive-trauma-integration/201905/inflammation-and-mental-health-symptoms

Leia os outros textos da série:

Pilha no brinquedo # 1: Now, New, Next

Pilha no brinquedo #2: Educated guess

Pilha no brinquedo #3: “Cultura líquida” & engajamento

Pilha no brinquedo #4: “Right to Win”: quais as habilidades-chave?

Pilha no brinquedo #5: Frame Mental > Diagramas e Formatos

Pilha no Brinquedo #6: O peixe no espelho ou o despertar das percepções

Pilha no Brinquedo #7: Flywheel – A roda de tração

Pilha no Brinquedo #8: Risco, retorno & recompen sa